A última pesquisa do Ibope sobre o governo Bolsonaro apontou a Educação como a segunda área mais bem avaliada, perdendo apenas para a Segurança Pública, tema dominante da campanha e das iniciativas do presidente agora no poder.

Confesso que vi a informação com perplexidade. Afinal de contas, o ex-ministro da pasta – e que já saiu – Ricardo Vélez Rodriguez mostrou-se tão somente um trapalhão, a dizer estultices e platitudes.

O atual, Abraham Weintraub, tem se notabilizado pela cruzada contra o que ele chamou, seguindo o guru Olavo de Carvalho, de marxismo cultural: o domínio da esquerda, no mundo acadêmico, principalmente, no campo das ideias (e tome twitter).

É uma espécie de guerra santa – entre aspas -, tão comum por esses tempos. E, está claro, não só no Brasil.

A Câmara Federal – que faz, sim, bons trabalhos e é uma instituição fundamental para a democracia – realizou um estudo que mostra que o investimento na Educação no Brasil caiu 56% nos últimos quatro anos.

De 2014 a R$ 2018, os recursos destinados ao setor caíram de R$ 11,3 bilhões para R$ 4,9 bilhões. Para este ano, a previsão é de que o total investido em Educação no Brasil fique em R$ 4,2 bilhões.

Ou seja: desde o governo Dilma Roussef, passando por Temer, e chegando ao atual inquilino do Palácio do Planalto, a Educação, área estratégica para qualquer país que queira crescer e formar levas de cidadãos com consciência crítica, vem perdendo dinheiro e prestígio.

Basta ver o anunciado corte de 30% para as Universidades e Institutos Federais – inicialmente como castigo, depois como necessidade orçamentária (segundo o twitter).

Em todas as pesquisas de opinião, eis o busílis, a Educação aparece como a quarta ou a quinta maior preocupação da população brasileira, atrás de outras áreas também importantes como Segurança, Saúde e emprego. O futuro? Fica para depois.

E como os governos – todos os governos – agem movidos pelas redes sociais e pesquisas de opinião, Educação como prioridade será apenas uma fantasia. Ou, por esses tempos, um fantasma para quem vê nela o perigo da destruição dos ‘valores da família brasileira’.

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Tereza Nelma: "PEC da Previdência não é pra acabar privilégios, é pra matar os pobres"
  • JEu

    Realmente, cremos, a situação dos investimentos públicos, não só na educação, mas em muitos setores estratégicos do país, como saúde e segurança pública, infraestrutura e geração de emprego e renda… tem caído fragorosamente, seguindo a queda do PIB do país, tendo em vista que a economia brasileira foi massivamente destroçada pela corrupção e pela crise que se estabeleceu desde os anos 2008 até recentemente… e agora que o governo está querendo recuperar uma parte das perdas, com seus planos de reforma previdenciária, trabalhista, fiscal, política e de segurança pública com o objetivo de combater a corrupção e a criminalidade, estão fazendo de tudo para que não aconteça… pois se acontecer, logo, logo, teremos a recuperação dos investimentos nessas áreas e o governo brasileiro, assim como lá nos EUA, alcançaria muitos bons resultados na economia, e teria os recursos para os investimentos necessários… é tudo o que não querem… e ainda dizem que não… são só farsantes… e, creio, ainda querem impedir a recuperação dos “valores da família Cristã brasileira”… é só isso o que realmente acontece…

  • José Santana

    A educação que não queremos é a que deixou o Brasil com IDH do Gabão e o PISA atrás da Etiópia.

  • Valdeck

    A Educação sempre foi moeda de troca e não é modus operandi exclusivo desse país. No entanto, um país que se projeta pujante, superavitário, dono de seu destino não apela para a transcendência imanente dos céus e sim por meio de muito aprendizado científico, tecnológico, muita pesquisa científica e que claramente é alijado das prioridades de governos sejam quais forem. Há muito, professores, cientistas, pesquisadores, filósofos, sociólogos, historiadores são vistos como empecilhos ao progresso desse país como outrora e tão atualmente são vistos sob essa ótica perversa os povos indígenas, negros e pobres desse país.
    O que está claro e cristalino é que no atual governo extremista, não há projeto para a pasta da Educação e sim arroubos ideológicos saudosistas dos tempos da Ditadura que oprimia, cerceava, embotava e determinava desde o Ensino Infantil ao Ensino Superior uma educação dividida entre o privado e o público, entre privilegiados e não privilegiados, entre profissionais liberais e profissionais serviçais, entre excludentes e includentes. Obedecendo a lógica capitalista meritocrática num país extremamente desigual, desumano e vil impondo uma ínfima fresta social que restringe, levando a um apartheid social camuflado.

    Estamos numa democracia e como tal, os governos são e devem ser criticados para que não ceguem ante a sanha ideológica partidária extremista que só foca no desmonte do próprio MEC e das instituições federais que tanto colaboram para que o país não apresente estatísticas negativas e perversas infelizmente como dos povos africanos, médio orientais no tocante não só à Educação, mas também nas áreas sociais, econômicas.
    A Educação não é entrave, não é custo e sim é a solução ou o meio para se chegar a pujança de um país que se pretende sério e respeitado nacional e internacionalmente.
    As medidas equivocadas e autoritárias desse governo ignoram o valor das instituições educacionais e públicas desse país, levando ao obscurantismo, a acefalia, anomia, hilotismo sem precedentes que prejudicarão gerações atuais e futuras que nem os céus reverterão tamanho prejuízo e descalabro.

  • Lucas Farias

    Prezado Ricardo, o governo Bolsonaro, com essas nomeações para a chefia do Ministério da Educação, demonstra cabalmente que o objetivo de sua cruzada é destruir a universidade pública brasileira. Apontando desde sua campanha eleitoral como um lugar de doutrinação, de balbúrdia e de marxismo cultural, Bolsonaro e seus apoiadores disseminaram espantalhos de preconceitos ideológicos para que a população se volte contra a universidade pública. Qual a intenção dessa cruzada medieval? Ora, destruir os centros de excelência de pesquisa e de formação crítica. Acabar com as trincheiras de conhecimento que resistem à onda de ignorância que ele lidera. Além disso, acabar com as universidades públicas permitiria o avanço do setor privado, com as maiores conglomerados de educação do mundo, como aquele surgido da fusão da Kroton e da rede Anhanguera, que financiam campanhas eleitorais, aumentando exponencialmente seus lucros e abocanhando os investimentos públicos. Ricardo, educação não é mercadoria, educação é um direito social do povo brasileiro e um dever do Estado, algo estratégico para o desenvolvimento científico, tecnológico e humano de qualquer país. Bolsonaro escolheu o professor e a universidade, assim como o jornalista e a imprensa livre, como seus inimigos. Sua retórica é de violência. Não há nada em seus discursos que aponte para o interesse no fortalecimento da pesquisa e da inovação tecnológica. E as ações concretas dizem exatamente o contrário: só a UFAL teve um corte orçamentário de 40 milhões de reais! Mas o que esperar de um presidente que como parlamentar foi contra a expansão das universidades? Que é contra a política de cotas? Que votou a favor da PEC do Teto dos Gastos, que congelou o aumento real de investimentos públicos em saúde e educação por 20 anos? O que dizer de um governo em que um ministro, o Onyx Lorenzonni, usa dados falsos e fake news para atacar as universidades públicas, alegando que as particulares são mais produtivas? O que dizer de um governo que ignora a realidade, como o ranking global da Times Higher Education, segundo o qual das 30 melhore universidades do país 24 são federais e 6 são estaduais, mas todas são públicas e gratuitas? https://www.google.com.br/amp/s/exame.abril.com.br/carreira/36-universidades-do-brasil-entraram-no-maior-ranking-educacional-do-mundo/amp/ Ricardo, os ingênuos de boa fé que acreditam que este governo tem algum projeto estruturante para a educação e para nosso desenvolvimento científico e tecnológico estão bastante enganados. Aliás, engana-se quem acredita em muita coisa desse governo. Como pode haver ingênuos que acreditam na cruzada moralista contra a corrupção, com ministros e o próprio partido do presidente envolvidos num escândalo de laranjas para fraudar o uso de recursos eleitorais? Com um dos filhos do presidente envolvido com milícias? Com investigações em curso sobre crescimento patrimonial imobiliário incompatível com a renda? E ainda há quem ache ser papel do presidente “resgatar valores da família cristã tradicional”. Engraçado, pensei que o Estado brasileiro fosse laico! E que houvesse tolerância a diferentes credos (inclusive à ausência deles), sem favoritismos nem promoções indevidas. Afinal, eleição é para eleger um presidente da república, e não um papa. Quem necessita de orientação religiosa e espiritual pode buscar as instituições relacionadas. O problema é que se pretende que certas cosmovisões religiosas específicas se imponham sobre a laicidade do Estado e sobre o combate a qualquer forma de preconceito, como se viu nos ataques praticados por determinados setores fundamentalistas contra a união civil homossexual, por exemplo. São sinais de uma cruzada anticivilizatória. Um abraço.

    • Professor

      Tenho estagiários do curso de matemática que falam ” a gente vamos”. Outros nem sabem resolver equações biquadradas com artifício. Isso que o Bolsonaro quer fazer é acabar ou consertar 16 anos de erro?

  • Zé MCZ

    Essa pesquisa deve ter sido sobre as prioridades, incluindo a mais urgente, o trabalho, que tanta gente clama! Mas como essa porcaria aí que preside é puro fake transformou se como bem avaliados. Se tivéssem incluído o emprego seria flagrante.
    Mas a PEC que reduziu os gastos, juntamente com o asno desgovernado resulta nisso!
    Sei não… como há marias vão com as outras! Se têm ódio ao Lula que elegessem o cabo, não o capitão, que pode terminar com o general.

  • Johann Sebastian Bach

    Política sem ideologia é futebol sem bola.
    É ou não é RM…

  • Johann Sebastian Bach

    A ciência política pode ser superior a ideologias, mas não pelo expediente cretino do isentismo e sim pela articulação dialética das várias correntes em jogo. Mas uma ATIVIDADE POLÍTICA que se pretende superior a ideologias é sempre nada mais que uma fraude calculada para proibir o anticomunismo.
    O isentismo abstém-se de agir contra o comunismo mas age drasticamente contra o anticomunismo.

    É ou não é RM…

  • Solon

    Mercadoria posta a favor do lesa pátria, quem preside a associação das Universidades privadas?
    A irmã do guru? O guru? o mesmo cara que lesou Fundos de pensão?

    A melhor instituição de ensino a nível médio do estado deve fechar antes do fim do ano.
    Parabéns aos BozoAsnos.

  • FABIAN

    SE NÃO HÁ INVESTIMENTOS, DO ATUAL PRESIDENTE DA REPÚBLICA: JAIR BOLSONARO NA EDUCAÇÃO, É INEVITÁVEL QUE ÀS CONSEQUÊNCIAS SERÃO DRÁSTICAS, COM O FECHAMENTO DAS UNIVERSIDADES FEDERAIS, COMO A UFAL E O IFAL. E TAMBÉM NÃO TEREMOS MAIS CURSOS DE LICENCIATURAS, O RESULTADO DE TUDO ISSO É: FALTA DE PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO E FECHAMENTO DE ESCOLAS PÚBLICAS OU SEJA O SUCATEAMENTO DA EDUCAÇÃO! QUEM SERÃO ATINGIDOS??? OS NOSSOS FILHOS!!! ENTENDERAM??? ACORDA ALAGOAS E BRASIL!!! ENQUANTO ISSO, ESSAS LESMAS, DO CONGRESSO NACIONAL E TODOS OS GOVERNADORES, PREFEITOS, VEREADORES, ZOMBAM E TORRAM O DINHEIRO PÚBLICO, PARA OS PRAZERES PESSOAIS!!! A MÃO DE DEUS VAI PESAR, SOBRE TODOS OS POLÍTICOS NO BRASIL, OS QUAIS ESTÃO SE OMITINDO EM RESOLVER A SITUAÇÃO CAÓTICA, DO NOSSO PAÍS!!! “MUDA, QUE QUANDO A GENTE MUDA, O MUNDO MUDA COM A GENTE”.(GABRIEL O PENSADOR)

  • Wendell

    PESQUISA IBOPE NAO É REFERÊNCIA DE NADA…NUNCA ACERTOU , PELO CONTRÁRIO E AINDA ESTA ENVOLVIDA EM VARIAS FALCATRUAS. ACHO Q O NOBRE JORNALISTA NAO VÊ REDE SOCIAL, PARA VE O Q TA ACONTECENDO NAS UNIVERSIDADES FEDERAIS. E AS VERBAS FEDERAIS VEM SENDO REDUZIDAS DESDE A EPOCA DO PRESIDIÁRIO LULA.

  • Meu Deus

    Eu conheco algumas pessoas que votaram nesse Maluco,todas arrependidas amargamente,passam de cabeça baixa por mim e eu faço questão de cumprimenta-las e nós conversamos e eu digo que a vida trás ensinamentos e que é hora de levantar a cabeça e ajudar a reparar a babaquice que fez,hoje foi um desses dias e no Fim da conversa um deles disse: Depois de tudo que esse cara fez,destruiu,disse,fez,em tão pouco tempo se o cara não se arrependeu é porque Uma coisa é fato: Com Bolsonaro no Governo os idiotas estão bem representados!! Falar oque depois disso!?? Falou tudo meu Amigo Miguel,essa postagem vai em sua homenagem( e aos Idiotas é claro) não fique triste errar e assumir o erro é uma grande demonstração de força e caráter!!!

  • Adilio Faustini

    Dinheiro tem e muito, o que não tem é ensino de qualidade, isso é constatado com as últimas posições nos Ranking s que o país obteve no Pisa e das pesquisas.o MEC no governo do FHC em 2002 investiu 40 bilhões e nos desgovernos do PT 120 bilhões, só que a Educação Piorou, como explica isso.? Para o cérebro dos aluno s é que não foram os investimentos.

  • Professor

    Enquanto se pagar 33 centavos por refeição de um aluno da rede pública e 7 reais para uma refeição de um presidiário a nossa educação não vai mudar nunca.