“Quem não gosta de samba, bom sujeito não é, é ruim da cabeça ou doente do pé”…Tenho que concordar com Dorival Caymmi, até mesmo para mim, uma sambista patife (não sei sambar), sou obrigada a me render ao ritmo e a cadência do samba!

Mas mesmo para quem não brinca o carnaval, é importante contextualizarmos esse longo feriado e nos fazer a seguinte pergunta: Será que precisamos mesmo usar máscaras nesses dias de festa? Ou já as usamos o ano inteiro?

Sou da opinião de que devemos tirar nossas máscaras e só assim poderemos ser realmente felizes e não tão somente enquanto o carnaval durar!

Resta saber também o porquê de nossas máscaras, qual o motivo que nos leva a usá-las e para quê, tenho minhas teorias…

A primeira delas, é de que não somos nós mesmos a maior parte do tempo, fingimos ser algo ou alguém que não somos, na tentativa vã (muitas vezes…), de agradarmos, de sermos aceitos, de nos fazermos parecidos com a massa, ser diferente em nossa sociedade, pode ser sinônimo de esquisitice, marionetes de nós mesmos!

Outra razão ao meu ver, pode ser uma não aceitação daquilo que realmente somos, nem sempre nos gostamos e emprestamos características de outrem...imitamos personagens e usamos…máscaras!

Mas na vida, assim como no carnaval, mais cedo ou mais tarde, as máscaras caem, dão lugar a você mesmo, feio ou bonito, adequado ou inadequado (para os seus olhos ou de outros, pouco importa), mas o que vai contar de verdade é o que você é, o que você faz pelo mundo em que vive, qual o seu legado, filhos não valem, devemos fazer o bem sem olhar a quem, sem o peso da obrigação (infelizmente é assim que muitos pais vêem os filhos…).

É a mulher de 40 usando muita maquiagem e saia curta na esperança de remoçar e encontrar àquele amor perdido em outros carnavais, é o homem que já passa dos 50 usando camiseta colada no corpo e gel no cabelo para parecer mais jovem e poder cantar, não marchinhas de carnaval, mas meninas com a metade de sua idade, é político usando fantasia de bom moço para conseguir a benção da população e não a mão da Colombina…

Precisamos rever nossos conceitos, vivermos cada fase de nossas vidas como realmente são, únicas e não se pode recriá-las sem incorrer no ridículo, pensem nisso, carnaval vale tudo (“só não vale beijar homem com homem e nem mulher com mulher”), mas quando Tim Maia gravou essa linda canção, nem tudo era permitido mesmo, nem mesmo sermos quem realmente somos ou queremos ser!

O que importa é ser feliz em cada etapa de nossas vidas, com suas mazelas e alegrias e ainda em ritmo de carnaval, continuar fazendo alusão a tantas cantigas que marcaram época, mas nenhuma retrata tão bem o que estou tentando dizer aqui, que seja como for, mesmo quando as máscaras caem, que possamos continuar confortáveis em nossas peles sejam elas de 40, 50 ou mais anos…afinal, “cada um de nós compõe a sua própria história e cada ser em si carrega o dom de ser capaz, de ser feliz”! (Almir Sater e Renato Teixeira).

Essa foi mais uma super dica, Super Astral!