Ela se escancara para o meio político a cada eleição: é a janela da infidelidade, período em que todos os candidatos com mandato – principalmente estes – podem mudar de partido sem enfrentar qualquer consequência legal.

É como se a legislação fosse suspensa – e é – durante os dias em que os filiados a uma legenda decidem ir de uma para outra com autorização (uma espécie de vale night partidário).

No próximo ano, seguramente, teremos a maior quantidade de deputados federais – e estaduais também – a saltar a tal janela para tentar sobreviver eleitoralmente.

É a consequência do fim das coligações proporcionais, que será vivenciada pela primeira vez nas disputas de deputado (estadual e federal).

Na prática, significa que cada partido terá de fazer o quociente eleitoral se quiser garantir a eleição de um deputado federal. Um mínimo – é a previsão – de 150 mil votos (até mais).

Depois segue a regra da sobra, mas é uma aposta cada vez mais arriscada.

Da atual bancada de Alagoas, só JHC alcançou – e superou – o quociente eleitoral em 2018: ele teve 178 mil votos.

Seu mandato agora ficou com Pedro Vilela, que obteve 37 mil votos.

Os demais:

Arthur Lira, (PP), com 143 mil votos, que não deve enfrentar dificuldades de reeleição, principalmente porque ainda deve ter na sua chapa a ótima deputada estadual Jó Pereira.

Segue:

Marx Beltrão (PSD), com 139 mil e também bem cotado para a reeleição.

E aí começa do problema:

Sérgio Toledo (PL), 98 mil votos, precisará de vários “escadas” para se reeleger.

Mesma situação de Nivaldo Albuquerque (PTB), 84 mil votos; Severino Pessoa (Republicanos), 70 mil; Paulão (PT)  61 mil; Tereza Nelma (PSDB), 44 mil votos (ela deve deixar o ninho tucano); além de Pedro Vilela.

É observar quem já segue a bela frase de Guimarães Rosa: “Passarinho que se debruça – o voo já está pronto!“

A situação de Isnaldo Bulhões é mais complexa, ainda que sem poesia: ele foi eleito no Chapão governista com 71 mil votos, mas o seu partido, o MDB, deve fazer o quociente eleitoral sem maiores dificuldades. Se ele vai no bolo, aí só o tempo dirá.

Há quem defenda que toda e qualquer fidelidade deve ser voluntária. Enfim…

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  • Carlos

    A turma da mesmice, por mim não seria reeleito nenhum e talvez Teresa Nelma, pode ser um voto menos nocivo para Alagoas.

  • Cicero

    Tereza Nelma, é a mesmice, é um atraso também…