Mau exemplo dos governantes na “campanha da pandemia” cobra o seu preço

Cresce aceleradamente o número de casos e dos mortos pelos efeitos do coronavírus. É uma pena, mas já era esperado por todos que acompanhassem o noticiário cotidiano sobre a doença avassaladora.

Seria injusto e incorreto afirmar que o avanço da Covid-19 se deve ao governador, ao prefeito de Maceió ou ao secretário de Saúde, que se esbaldaram na campanha eleitoral.

Entretanto, o comportamento irresponsável deles cobra o seu preço agora. No momento em que se faz necessária uma voz altiva do poder público para estabelecer um novo momento de prevenção e controle da pandemia, a manifestação do governador já não tem a autoridade que teve – e por motivos óbvios.

É uma pena que um governo que teve uma ação tão positiva – e ainda tem – no atendimento à população vítima da pandemia não possa mais reivindicar a liderança do processo ao lidar com uma situação que seus integrantes e comandantes ajudaram a descontrolar.

O que faltou?

Humildade, curiosidade e maturidade, coisas que não se compra em supermercados e, talvez por isso, não estejam nos valores qualidades dos governantes mencionados. Surgem de uma construção artesanal, que dá trabalho. Vivemos hoje uma nova forma de negacionismo, diferente daquela de Bolsonaro, mas com consequências nefastas.

O que restou agora como missão para o governador e seu secretário foi a necessidade de convencimento – a todos, que possam e que precisem ajudar a evitar que o mal se lastre ainda mais.

Nós temos de contar com a nossa própria consciência, já que não há mais ninguém no poder público com autoridade para se manifestar e ser ouvido pra valer.