Em tempo de tão pouca paciência para ouvir e insistência em falar, as declarações do ministro Mandetta, da Saúde, têm o tom que o freguês deseja.

O que eu ouvi?

Não foi um ministro acovardado, humilhado, cabisbaixo, mas também não foi o que muita gente queria: um assessor do presidente gritando que ele “é um grande irresponsável” (embora seja). A corneta deveria soar em declaração de guerra – que não houve.

O ministro da Saúde ponderou, mas manteve os pontos de vista centrais da posição técnica da pasta que ele comanda com qualidade durante a crise do coronavírus. Não é “gripezinha” e tem todas as características de uma pandemia, com a exigência dos respectivos cuidados.

Calibrar as medidas de contenção, rediscutir decisões, mas nada de “voltar à vida normal”, principalmente quando é a morte que está rondando.

Sobre a fala desastrada do desastrado presidente, o ministro disse que ela trouxe uma “grande contribuição ao debate”.

Ele sabe que isso não é verdade, mas no contexto em que colocou, me pareceu apenas um recado: eu vou ficar.

Mandetta não defendeu a volta às aulas, a reabertura do comércio, a retomada da mobilidade sem freios nas grandes cidades. Mostrou sua versão Rolando Lero, que deve ser colocada dentro do possível para o momento – ou era isso ou era a rua.

Mas há um espírito belicoso a vagar pelas casas e mentes preocupadas com o presente e o futuro – e o presidente adora esse climão. O ministro não se postou em nenhum dos lados com clareza, se balançou, e até revelou sua formação política, entendida como a arte de juntar – o que o presidente nunca  pretendeu nem conseguirá fazer.

É verdade: Bolsonaro não é referência para nada. Ele faz da sua ignorância sobre tudo o ensinamento sobre nada. Só que a saída do ministro, se acontecesse agora, seria uma perda para o país, que encontrou nele uma voz de serenidade e conhecimento técnico, numa hora tão delicada.

Governadores e prefeitos mantêm as suas posições e decisões. Que assim seja, porque se há riscos, não vale a pena arriscar voltar atrás.

A solução vai sendo construída passo a passo, e é melhor que ela aconteça com Mandetta. Ele não é o super-homem ou salvador da pátria, mas o outro veste um terno que é grande demais para ele.

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  • Mário

    Nesses meus 63 anos de vida nunca presenciei calamidade tão devastadora na área da saúde como a atual (salvo memória). A nação está derretendo e o que vemos são panelaço, ele não, ele sim, bozo, pesquisa de satisfação, parte da imprensa querendo o pior, um presidente sem noção da gravidade do Convid-19, engenheiro de obra pronta e etc. Só nos resta rezar e pedir ao santíssimo senhor misericórdia.

  • BETE irmã de NESTOR tios, ela mãe d’Diogo: ZAP finado em 6 msgs

    Dr Mandetta é MÉDICO em universidade carioca, a GAMA Fo.,
    Especializad’em ORTOPEDIA adulta em Campo Grande (UFMS).
    Infantlizado em ossaturas INFANTIS em Atlanta – Geórgia, Scottish R Hospital.

    Começou militar da RESERVA (1º Tenente) no HCE- Hosp Central d’Exército em Benfica-RJ.
    E continua INVESTIGADO por fraude em licitação, tráfico de influência e caixa 2.
    N’um prontuário eletrônico da Secretário de Saúde de Campo Grande, em governo do PRIMO Nelson Trad Fo (MDB).

    Elegeu-se 3 Xs Depu Fede (DEM): 2010, 2014 e 2018.
    https://pt.wikipedia.org/wiki/Luiz_Henrique_Mandetta

  • Fernando

    Quando dizem, vale a pena parar um país por causa da morte de 5 ou 7 mil pessoas? Claro que vale, pois “só” morrerão 5 ou 7 mil porque pararam o país, se não fosse isso seriam 5 ou 7 milhões de mortos. E se não fosse essa “paranoia” de higienização com álcool em gel e máscara e tudo mais, os contaminados não seria “apenas” milhares, seriam milhões. Se não fossem esses milhares de respiradores mecânicos, que faz o papel dos pulmões, milhares não aguentariam respirar um único dia com os seus pulmões. Então é legítimo e necessário o isolamento social, é importante a “histeria”, sem ela não se falaria tanto dessa doença, até minha empregada sabe tanto de vírus quanto um estudante de medicina. É isso aí, acho que se usarmos bem o bom senso poderemos salvar muitas vidas, pois o falido pode se recuperar, mas o falecido não.

  • Cidadão

    Ricardo Mota é moderno, está em home Office, parabéns meu caro, Afinal vc estudou pra isso.

  • JEu

    Quer ficar em casa?
    Você quer quarentena, ficar em casa? Mas exige um frentista e posto de combustível aberto!
    Você quer ficar em casa? Mas exige o mercado aberto com atendentes, senão você surta!
    Quer ficar em casa? Mas quer que o porteiro de seu prédio e o zelador estejam trabalhando!
    Quer ficar em casa? Mas precisa de dinheiro e quer que o bancário esteja no banco pra resolver seu problema!
    Quer ficar em casa? Mas tem motoristas e cobradores de ônibus trabalhando pra transportar quem precisa de transporte!
    Quer ficar em casa? Mas o farmacêutico e o balconista tem que estar lá pra te servir, né?
    Quer comprar pão? A padaria tem que tá aberta, né?
    Quer ficar em casa? Claro, mas Deus o livre se o caminhoneiro parar, né?!
    Em casa sim, mas a coleta de lixo tem que estar em dia pelos garis!
    Quer ficar em casa?
    A vida dos outros vale menos que a sua?
    Por que eles são obrigados a trabalhar para seu conforto mesmo num momento desse e vc não?
    Isolamento social sim, mas para grupos de risco, claro! Precauções conscientes sim, de todos!!!
    Não reclame depois se a economia estiver afundada e você for demitido para reduzir gastos da empresa. Foi vc quem optou por isso, fez a baderna, bateu panela e foi a favor de tudo isso!
    E não culpe os outros, pois avisado foi!!!
    (autor desconhecido)
    Portanto, tomemos todas as medidas que estão ao nosso alcance: higiene, álcool em gel, manter distância mínima de 1,5 metros entre as pessoas, usar máscaras sempre que possível, cuidados ao espirrar, ficar em casa o máximo possível evitando locais cheios de gente, coisas que a educação simples pode resolver… e tenhamos o máximo cuidado com nossos idosos… e tenhamos uma certeza: isso tudo vai passar…

  • Observador

    A bronca maior, meu caro Ricardo, é combater o virus do Olavismo Cultural que não para de fazer vítimas.

  • Antonio Moreira

    O Faraó II e seus aliados do ódio:
    É comum o pobre passar pela vida sem alternativas e dificuldades em quase tudo o tempo todo e ainda sim é capaz de andar com as próprias pernas. Gente que é treinada para não andar 100 metros a pé e se faltar o todinho na hora do lanche é motivo de depressão e até em pensar em suicídio. É óbvio que é uma pitada de exagero, mas na verdade o pobre sempre arruma um jeito de safar-se da morte, é guerreiro o tempo todo.
    Os Médicos e todos que prestam socorros estão trabalhando também e certamente não são coitadinhos nas suas respectivas profissões!!!

  • Pedro

    Um médico muito respeitado e competente. Perde parte de seu rico currículo ao se associar à um louco. bOlsonaro precisa, urgentemente, ser internado.