No relatório divulgado nesta terça-feira pelo Fórum Brasileiro da Segurança Pública há dados, relativos a 2018, que chamam a atenção: a redução em 10% dos homicídios é um número positivo.

Já o crescimento de mortes – 19% – ocorridas em intervenções policiais, com destaque para o Rio de Janeiro, é motivo de preocupação para os estudiosos da área.

Mas um número chama a atenção neste Setembro Amarelo: foram mais 11.314 suicídios no país, 500 a menos do que no ano anterior.

Com um detalhe triste: entre os policiais, na maioria militares, o número de suicídios subiu de 73 (2017) para 104 – o maior da história.

É necessário um olhar especial e especializado para o que está acontecendo com os profissionais da Segurança Pública.

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  • edvan

    Caro repórter, muito se fala como evitar o suicídio entre os policiais militares, porém, na prática o que assistimos no dia a dia, são policiais indo cumprir sua missão sem incentivo, desmotivados, onde as promessas de reajustes frito pelo chefe do executivo não são cumpridas , salários defasados e em particular, no estado de Alagoas, esse fato da despromoção atingiu mais de 1.500,00 policiais, sem wue so menos fosse cogitado a possibilidade de que esse fato viesse a acontecer um dia, pegando a todos de surpresa. Diante de um quadro tão favorável, a possibilidade da prática do suicídio está cada vez msis presente na tropa, sem wue so.menos, as suto vom competências no assunto, tivessem secatentsfo a essa possibilidade real. Em pleno mês de setembro, onde a luta é para se evitar o SUICÍDIO, o govrrno deu motivos de sobra para que esse ato se concretize, dentro da corporação.

  • JEu

    Pois é, enfrentar todos os dias a bandidagem violenta, expondo sua vida de forma real, com escalas de serviço que beira à escravidão, com salários baixos e pouco reconhecimento, e ainda sofrendo perseguição por parte da justiça e dos tais “defensores dos direitos dos criminosos”, então, o que se poderia esperar?!!! acho muito bom que se comece, mesmo, a pensar seriamente sobre o assunto… tenho um amigo que é policial aposentado na suécia… se aposentou com 67 anos de idade… outro dia li que, por lá, fecharam três presídios há pouco mais de dois anos atrás, por que se tornaram desnecessários, pois os que estavam presos foram beneficiados pela aplicação de penas alternativas, ou seja, tinham praticado crimes de pequena monta, como furtos e sempre desarmados, o que é a grande maioria… ou seja, por lá a lei é cumprida e os criminosos não enfrentam a polícia com armas… assim, se pode viver bem, ter qualidade de vida (inclusive com bons salários, saúde e educação) e se pode “trabalhar” até os 65 anos de idade… agora aqui no Brasil… é só desespero para os policiais… e ainda lembrando, por lá corrupção é praticamente inexistente…

  • Lucas Farias

    Prezado Ricardo, as estatísticas são de fato preocupantes. O aumento da letalidade na atividade policial demonstra que a política de segurança pública baseada na ação armada e no estímulo ao emprego da violência como resposta prioritária de combate ao crime alcança, como alvos preferenciais, negros (75%) e jovens (78%) moradores de periferia. A tendência de queda no número de homicídios, tendo sido em 2018 a maior redução em 11 anos, leva em conta as campanhas de desarmamento, sob a vigência do Estatuto do Desarmamento, e a elaboração inteligente e cientifica de políticas de combate à criminalidade fora dos discursos ignorantes de senso comum contra os direitos humanos e o Estado de Direito, de uso costumeiro pelos amantes do derramamento de sangue. Os estados que tiveram a maior queda foram, curiosamente, os do Nordeste, que juntos registraram a redução mais significativa do número de mortes (34%) – somente no Ceará a diminuição foi de 58%. Entre as causas, segundo especialistas (e não correntes de WhatsApp nem comentaristas de blogs), estão os investimentos maciços do Fundo Penitenciário no controle de facções criminosas no sistema prisional (ao contrário do discurso do presidente, que defende massacrares como o de Pedrinhas, em que presos foram degolados em brigas de facções), maior trabalho de inteligência e de planejamento estratégico com investimentos em métodos científicos e forenses e integração entre os diversos ramos das polícias para cooperação operacional. A tendência de queda em homicídios é uma construção coletiva que demanda tempo, planejamento e políticas públicas efetivas. Vale ressaltar que o estresse cotidiano da atividade policial se intensifica com o estímulo do confronto, da lógica binária de guerra e do emprego da violência armada como resposta imediata para o crime urbano. Por exemplo, em abril deste ano o músico Evaldo Rosa dos Santos foi barbaramente assassinado por militares do Exército que dispararam mais de 80 tiros contra o seu carro, ferindo seus familiares. Essa política de morticínio e de exaltação das execuções coloca-nos todos em estado de insegurança e alimenta o ódio, a angústia, o medo e a violência entre os próprios policiais. Como diz a pesquisadora Cristina Neme, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, responsável pela organização do anuário, “A atitude da liderança política é fundamental para reverter o quadro de letalidade e promover políticas de segurança mais eficazes”, e reclamada de “discursos demagógicos e falaciosos que legitimam a prática da violência”. https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2019/08/bolsonaro-gasta-so-65-de-recursos-previstos-para-seguranca-ate-agora.shtml Imagine, por exemplo, como se encontra o estado emocional e psicológico de policiais e agentes penitenciários que vivenciaram os massacres ocorridos no sistema penitenciário brasileiro ao longo deste ano, episódios que resultaram na morte de dezenas de pessoas custodiadas sob a responsabilidade do Estado, algo que o presidente Bolsonaro tratou com desprezo e regozijo. A violência indiscriminada, fora das hipóteses legais que a admitem apenas como meio excepcional para salvar vidas, o estímulo ao justiçamento e a execuções sumárias, a legitimação das milícias e a ausência de investimentos em projetos e ações planejadas em segurança pública e prevenção de violência são fatores que agravam esse quadro perverso. Infelizmente, o governo Bolsonaro, eleito com discursos de forte apelo na área de segurança pública, investiu apenas 6,5% do total de recursos previstos para este ano do Fundo Nacional de Segurança Pública. De R$ 1,7 bilhão previstos no orçamento para este ano, somente E$ 232 milhões foram empenhados (reservados) e apenas R$ 113,8 milhões liquidados (efetivamente pagos). Ou seja, embora tenha tratado a área como prioridade durante a campanha eleitoral, novamente a realidade se impõe para desmentir o presidente e mostrar as consequências práticas de suas ações. https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2019/08/bolsonaro-gasta-so-65-de-recursos-previstos-para-seguranca-ate-agora.shtml. Bem sabemos, no fim das contas, que os graves problemas da criminalidade urbana não se resolvem apenas com ações policiais, muito menos com o armamento generalizado da população civil. As democracias europeias nos Estados de Bem Estar Social demonstram o caminho necessário para alcançarmos redução das desigualdades sociais, combate à pobreza e à marginalização, promoção de oportunidades e geração de emprego e renda, o que exige, antes de tudo, compromisso fundamental com Educação. Um abraço.

  • Maria

    Suicídio mata mais policiais do que os confrontos durante o trabalho https://exame.abril.com.br/brasil/suicidio-mata-mais-policiais-que-operacoes-durante-servico Triste realidade

  • JEu

    Creio que o exemplo da Suécia demonstra que, somente com muita honestidade, transparência e ideologia voltada única e exclusivamente para o bem estar social, com educação, saúde, geração de emprego e renda, cumprimento da lei, ordem social com justiça social é capaz de trazer a paz e o bem estar para a grande maioria da população. Agora, nada disso se faz sem investimentos, ou seja, precisa de recursos, o que, no momento, está em falta no país, o que ficou demonstrado, pois até na segurança pública (não somente na educação, como querem dizer muitos desinformados ou mal intencionados) o governo teve que fazer cortes, pois o país está afundado em uma crise construída pelos governos anteriores, quando o erário público foi institucionalmente dilapidado. Então o que resta é, primeiro, equilibrar as finanças e depois, com recursos suficientes, investir no bem público.