Meu caro Davi:

Leio com indignação e tristeza que você está proibido de escrever e publicar no veículo em que você trabalha o nome do deputado Antônio Albuquerque.

Que pena, mil vezes!

Não me surpreende que o parlamentar tenha feito este pedido à Justiça; a minha surpresa é que ela, a Justiça, atenda.

Quero lhe dizer que já passei por esta amarga experiência profissional, a partir da demanda de um magistrado para outro magistrado.

E gente da nossa estampa – cantaria Paulo Vanzolini –, que gosta de cinema, literatura e poesia, não trilha caminhos alternativos, a não ser o de lutar por reparo ao que achamos que merece reparo, pelas vias legais.

Posso lhe assegurar, por experiência própria, que há no Judiciário, e em qualquer grau, gente qualificada e valente, a merecer o nosso respeito e confiança.

É ir em frente, recorrendo, se assim consideramos necessário.

Você sentir-se de alguma forma ameaçado, isto me deixa chateado e preocupado. Principalmente pelo grande respeito e admiração profissional que tenho por você e pelo Odilon Rios, seu companheiro de solidariedade de primeira hora.

Ainda que não seja um estoico, aprendi ao longo de quase seis décadas de vida, 37 de atividade na imprensa, que não havendo glamour na nossa profissão, nela o medo não há de fazer morada.

E nada há de lhe acontecer, até porque os bravos não tombam pela covardia.

Quanto ao almoço, que você recusou, lhe faço uma confidência: não tomo café da manhã, almoço ou janto com ninguém com quem não compartilhe confiança e respeito mútuo.

Cá pra nós: deixemos isso para os bons companheiros e amigos.

Aliás, me permita um tanto da arrogância dos envelhecentes: tão bom quanto ter amigos é não tê-los.

Os dois lados dizem muito sobre o que nós somos.

Saudações solidárias e libertárias,

Ricardo Mota

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  • Frederico Farias

    Parabéns!!!

  • Roberto Bastos Costa

    Concordo com você de que a maioria de membros do Poder Judiciario tem coragem, competência e honestidade. Parece-me que o País está realmente enrolado com a “democracia seletiva”. Isto de A a Z. Assusta-me o silêncio. Não é bom.

  • JEu

    Não sei exatamente do que se trata, Ricardo. Porém imagino o que seja… e faço coro ao que foi dito no texto… e, mais uma vez, para mim, fica comprovado que a influência política no judiciário vai mais além do que o aceitável… e isso me dá nojo… realmente, o povo alagoano e brasileiro se encontra refém de uma política imunda e de um judiciário parcial (com suas exceções nos dois casos, é claro)…

  • Coaracy Fonseca

    A crítica ao Poder e aos ocupantes de cargos públicos é da própria essência da liberdade de imprensa. Sem imprensa livre não há democracia. Ao parabenizá-lo, jornalista Ricardo Mota, pelo corajoso, histórico e belo texto, aproveito para prestar a minha solidariedade ao jornalista Davi Soares.
    Parabéns!

  • Há Lagoas

    A solidariedade é algo que enobrece a alma, e ela consegue se materializar com mais facilidade onde existe amigos.
    Sobre o judiciário e o mundo político, eles se locupletam entre favores e conchavos tudo dentro da “legalidade” institucional. É claro que existe raras exceções que lutam arduamente contra os desmandos daqueles que se acham semideuses diante de meros mortais.
    Fica aqui o meu apoio aos poucos jornalistas que ainda merecem credito e honra por seus princípios.
    São poucos mas fazem a diferença e que diferença.

  • diego farias de oliveira

    Enquanto as mesmas famílias estiverem no poder nada poderá mudar na terra dos marechais

  • wal

    Disse o ex coronel Manoel Cavalcante; a desgraça é juntar polícia e politica.
    Quem deu ouvido ? nem judiciário, nem polícia, nem políticos.
    Simples assim…

  • Luiz Carlos Godoy

    Belo, Ricardo! Força, Davi!

  • Wellington Sena – A Notícia

    Infelizmente já passei e atualmente passo por isso. Nosso semanário e a equipe que o edita foi vítima da MORDAÇA JURÍDICA. Quero expressar minha solidariedade aos corajosos jornalistas Davi (que não tive ainda a honra de conhecer) e ao amigo Odilon que admiro muito pelo seu trabalho. Ser jornalista em Alagoas tem que ter muita coragem. E isso eu sei que Davi e Odilon tem de sobra. Contem comigo. Ainda não fui amordaçado por nenhum deputado. Apenas por um procurador e uma promotora. Acredito que em breve um juiz que se dá o respeito vai atender nosso pedido de liberdade. Daremos continuidade as pautas que estão bem guardadas. Um forte abraço GUERREIROS DA IMPRENSA ALAGOANA.

  • Maurício

    A moda no judiciário brasileiro é colocar tarja em malandro, diga-se de passagem,o judiciário vive uma quadra sem identificação pra lascar {juiz querendo ser super (h)eroi}. Brasil, um país de tolos e bobos !!!!!!!!!!

  • Joilson Gouveia Bel&Cel RR

    ERRATA AO ANTERIOR, A SABER:
    “ONDE A IMPRENSA É LIVRE E TODO HOMEM É CAPAZ DE LER, TUDO ESTÁ A SALVO.” –THOMAS JEFFERSON!
    Joilson Gouveia*
    Malgrado desconhecer amiúde sobre o busílis trazido à baila pelo nosso provecto, vetusto e proficiente baluarte literato caetés e tupiniquim, no renomado Blog do prezado “Peninha”, como tratado afetiva e amistosamente pelos mais próximos, desde já hipoteco solidariedade e corroboro com seus argumentos tanto quanto com os de um velho mosqueteiro ainda que jovem o seja, porquanto de todos ser consabido, ciente e cioso de que somos avessos, refutamos, reprochamos, repudiamos e objurgamos à toda e quaisquer censuras ou tiranias, especialmente da mais gravosa, maléfica, perniciosa e perversa de todas elas: “a do Poder Judiciário”, como nos advertira o brilhante “Águia de Haia” ao vaticinar: “A pior ditadura é a ditadura do Poder Judiciário. Contra ela, não há a quem recorrer.”
    Há, pois, em curso uma desbragada politização deste; ou não? Ou, contrario senso, uma oprobriosa “judicialização” da política.
    Mas, dizia-nos e escrevia-nos o saudoso Millôr Fernandes: “o livre pensar é só pensar”. Este fora um dos arautos da “imprensa-livre”, mormente quando vivíamos a “indigitada ditadura-militar” [coisas criadas, inventadas, deturpadas e exageradas por alguns intelectuais de matizes escarlates] haja vista que somente os que intentaram, impor pela luta-armada, a anelada ditadura-proletária temiam os “anos-de-chumbo”, a bem da verdade: “éramos felizes”: http://gouveiacel.blogspot.com.br/2016/11/eramos-felizes-ah-como-eramos-felizes.html.
    Ao ensejo, urge destacar que “O preço da liberdade é a eterna vigilância”
    • Por Alexandre S. Cezar*
    • A frase acima é atribuída ao orador irlandês John Philpot Curran (1750-1817). Está baseada na reflexão sobre a necessidade de se monitorar continuamente os eventos que acontecem na sociedade e entre nações para que sejamos capazes de identificar ameaças pró-ativamente e em suas fases iniciais. Desta forma, eventos que possam levar a instabilidade social, revoluções e perda de direitos estabelecidos, seriam neutralizados.
    • Tal frase cabe perfeitamente para o estado atual da segurança da informação dentro de uma corporação. Vou explicar ao leitor o porquê, mas por enquanto, preciso fazer um hiato no raciocínio e trazer outro assunto à tona.
    • Matéria completa: in https://corporate.canaltech.com.br/noticia/seguranca/O-preco-da-liberdade-e-a-eterna-vigilancia/ – O conteúdo do Canaltech é protegido sob a licença Creative Commons (CC BY-NC-ND). Você pode reproduzi-lo, desde que insira créditos COM O LINK para o conteúdo original e não faça uso comercial de nossa produção.
    E disse-nos mais Thomas Jefferson: “A árvore da liberdade há de ser regada, de vez em quando, com sangue de patriotas e de tiranos — seu fertilizante natural.” – in http://quemdisse.com.br/frase/o-preco-da-liberdade-e-a-vigilancia-eterna/47726/, que não seja preciso, in caso.
    Todavia, ainda que estejam garantidos nossos sacrossantos Direitos Fundamentais sobre a liberdade de livre manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato, que têm-nos assegurado o exercício de uma imprensa-livre, mormente aos profissionais de mídia, no mais da vez, muitos destes transmutaram-se em “agentes-de-transformação-social” numa sanha insana de imposição de ideias, ideais e ideologias senão idiossincrasias de verve exclusiva de seus mais de 50 tons escarlates.
    – Sem permitir e, mais da vez, até censurar todo e quaisquer pensamento díspar, diverso, contrário e até neutro; ou não? – ainda que não concordemos, anuamos ou simpatizemos com tal e tais ideias nem por isso dever-se-ia censurá-las para que o leitor avalie, mensure, reflita e decida BEM ou MAL sua posição consectária à dos “formadores-de-opinião” da então “imprensa-livre”, de que muitos sentem-se imbuídos dessa nomemklatura de “agentes”!
    – Não sei se é o caso, mas muitos usam da arma poderosíssima da pena sem pena, dó ou piedade! Diria mais: no mais da vez, sem nenhum escrúpulo! – de lembrar que o FATO, de há muito, deixou de ser sua excelência do noticiário, como deveria sê-lo, inclusive dissemos isso, a saber: http://gouveiacel.blogspot.com.br/2017/03/a-excessiva-glamorizacao-fanatica-aos.html.
    Dizia-nos Aristóteles: “A única verdade é a realidade”; muitos se divorciaram dela, sobretudo na mídia, principalmente nalguns blogues descompromissados da realidade, e, por conseguinte, da veraz verdade, e, no mais da vez, até são infensos aos princípios de seu Código de Ética! Ou não?
    Enfim, encerrando como começamos, a saber: “A cerveja, se bebida com moderação, torna a pessoa mais dócil, alegra o espírito e promove a saúde”. Não é apologia aos ébrios, mas façamos com liberdade o mesmo que devemos fazer com a cerveja ou bebida etílica qualquer: moderação; Ou não?
    Abr
    *JG
    P.S.: Basta isso: “Seja como for o que penses, creio que é melhor dizê-lo com boas palavras.” – William Shakespeare

  • !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

    DIANTE DO QUE AFIRMOU A PRESIDENTE DO ‘STF’ MINISTRA CÁRMEN LÚCIA: “NENHUM BRASILEIRO ACREDITA MAIS NAS INSTITUIÇÕES, SEJAM ELAS DO JUDICIÁRIO, EXECUTIVO, LEGISLATIVO E MINISTÉRIO PÚBLICO”, TUDO SE PODE ESPERAR DE ERRADO NO BRASIL.

  • Alexandre

    Proibido lá, mas você fala aqui Ricardo. O Deputado Antônio Albuquerque tem que lembrar que ocupa um cargo público e que deve satisfações à sociedade, a imprensa em sua atividade indispensável e necessária é que faz a ponte entre o povo e seu eleito.

    Parabéns pela coragem Ricardo. O povo de bem de Alagoas está com o Davi!

  • Nordestino

    Disse em seu discurso de posse o De. Antonio Sapucaia: “Quando a política entra por uma porta, a Justiça bate em retirada por outra”. Lamentável, meu caro escriba que um homem que coloca outdoor com a frase “Quem confia no Senhor não vacila”, tome esse tipo de atitude em relação à imprensa livre e soberana. A não ser que eu, de poucas letras, não tenha entendido que “o Senhor” seja o próprio, como me dizem alguns amigos. Será?

  • Williams Roger

    Lamentável. É um nome público!

  • Só Com Milagre!

    Ricardo, pior é ver Albuquerque , hoje (e sempre) ser um grande aliado e muito bem articulado para o Renan Filho como o próprio te falou recentemente. Além te ter nomeado para o primeiro emprego o filhote do AA para Secretario do trabalho de Alagoas. Que chegue logo 2018 e aconteça um milagre e todos sejam DEPURADOS de verdade