A essa altura da transição, o governador eleito Renan Filho já deve saber que entre os problemas que ele não pode resolver está a baixa remuneração dos servidores públicos.

Hoje, é verdade, existe até uma legislação específica que garante o reajuste do funcionalismo estadual com base na inflação do ano anterior.

Mas eis o problema: há um passivo histórico, de décadas, que não poderá mais ser recuperado em se mantendo o mesmo modelo de distribuição tributária.

Quem menos recebe recursos da União são os estados mais pobres, seguindo a mesma lógica perversa da cobrança de tributos no Brasil.

Renan Filho anuncia o enxugamento da folha de pessoal do Estado, corte de cargos comissionados e até ponto eletrônico nas repartições públicas.

Estas medidas sinalizam para a austeridade.

Mas não serão suficientes, ele bem sabe, para contemplar as reivindicações dos servidores estaduais. Mesmo os que ingressam no serviço público por concurso, nos tempos atuais, em pouco tempo querem – com justiça – receber salários mais dignos.

Estados e municípios, principalmente os de menor arrecadação, não conseguirão mais ser atraentes para os profissionais que podem conseguir bons espaços e boa remuneração na iniciativa privada.

Só a falta de empregos razoáveis em geral é que ainda atrai os trabalhadores para o serviço público, o que é terrível para um país – com suas unidades federativas – que oferece péssimos serviços públicos aos que mais precisam.

O futuro governador pode até tentar ser mais “generoso” com os servidores estaduais, mas o que ele pode fazer nessa área específica é tão pouco quanto aqueles que o antecederam.

Enquanto não houver um programa de desenvolvimento regional, que priorize os estados mais pobres e com pior IDH, a situação não tem a menor chance de evoluir de forma satisfatória – para governo e trabalhadores. O fundo do poço não será tocado para possibilitar a subida.

Duvido que essa mudança ocorra com a nova equipe econômica anunciada pela presidente Dilma Rouseff (com Aécio não seria diferente).

Em resumo: continuaremos a ter serviços públicos que não atendem as demandas da sociedade e servidores – que os executam – com baixa remuneração, consequentemente, insatisfeitos.

Não é uma sentença, mas a mudança possível está longe de ser a mudança necessária.

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  • Décio Torres

    Caro Ricardo, um Estado que se dá ao luxo de pagar R$ 4.300,00 por mês de auxílio moradia para os CONSELHEIROS DO TRIBUNAL DE CONTAS, que em sua grande maioria mora em apartamentos próprios de luxo na Ponta Verde, certamente deve ter dinheiro para pagar bem aos professores, médicos, engenheiros e outros profissionais funcionários do Estado.

  • gllouwer cesario

    ou seja, o unico governador deste estado que valorizava os servidores foi o geraldo bulhoes, nao vejo outro que se aproxime dele, mais esperança nunca morre. que DEUS ilumine este novo governo .

  • SEM BAJULAÇÃO, SEM POLITICAGEM, SEM HPOCRISIA!

    Os cargos comissionados por incompetentes que onera o erário devem serem exonerados imediatamente – principalmente daqueles que procuram-se se destacar com carros novos e embriaguez nos bares de MACEIÓ. Fico chateado em vê-los embriagados as custas do dinheiro dos impostos dos trabalhadores. A maioria só aumenta as mazela de Alagoas porque só sabem adular seus chefes e fazerem politicagem.

  • Denis

    Tomemos como exemplo os bancos nos últimos 10 anos. A informática reduziu em mais de 65% o corpo operacional. O “estado” aí inscrito ‘federal,estadual e municipal’ aumenta em mais de 100% o corpo funcional. Podemos aceitar isso?
    Se querem um governo honesto tudo te que ser revisto.

  • Romão

    A distribuição do erário no âmbito dos três poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário é vergonhosa: Poucos recebem muito e o contrário é verdadeiro! E ainda inventaram que juiz tem de ter auxílio moradia, vê se pode! Realmente, é desanimador fazer parte do funcionalismo público nessas condições!

  • FALTA DE VERGONHA NA CARA!

    Quem estiver insatisfeito com o salário no cargo público, que estude e trabalhe para ter uma vida melhor.

    muitos estagnam na própria vida profissional pela segurança do cargo público e ao invés de enxergarem em si a solução para seus problemas querem transferir a culpa para o governo.
    soluções há: fazer faculdade, estudar pra um concurso que pague mais, aprender uma nova profissão ou até mesmo empreender.
    parar de agir como coitado, tomar vergonha na cara e resolver os próprios problemas é o que falta pra muitos servidores hoje em dia.

  • ze

    e o discurso de campanha, aonde fica quando se anunciava o aumento de salarios dos funcionarios públicos, agora ele esta vendo a realidade do estado, sera que renan tera coragem de cortar os comicionados

  • WELLINGTON

    SÓ ESPERO QUE COMECE O “ENXUGAMENTO” PELOS CARGOS COMISSIONADOS QUE NÃO FAZEM NADA, ANDAM DE SALTO ALTO E SUGAM OS BONS SALÁRIOS. ACABE COM OS PROCESSOS EMERGENCIAIS P/ AQUISIÇÃO DE PRODUTOS E BENS E MANTENHA AUDITORIAS PERMANENTES EM REGIME DE RODÍZIO NOS ÓRGÃOS FISCALIZANDO AS VERBAS PÚBLICAS. DESSA FORMA JÁ SERÁ UM BOM COMEÇO.

  • amadeu silva

    Pura falácia, dinheiro tem e tem muito, estão aí, vários escândalos de desvio de dinheiro, no legislativo então não se fala, no executivo tudo se compra de forma superfaturada, quer dizer, quem paga a conta de todos esses desmandos como sempre é o pobre do servidor, que aliás é quem leva esse estado nas costas.

  • Erivaldo Roddrigues Goes

    ENQUANTO AS SECRETARIAS ESTIVEREM CHEIAS DE “CHEFES” COMANDANDO “CHEFES” (COMISSIONADOS), A MODELO DA SEGESP. NADA ANDARÁ MESMO.

  • fernando de sa oliveira

    precisa que o novo governador governe com justiça, sem muito blá,blá, saindo do gabinete e visitando os municípios de um estado vergonhoso, onde a sua colocação é a última no desenvolvimento social…,…,…,etc.,etc.,etc…

  • carlos

    gllouwer cesario,boa memória para que tem memória curta sem sombra de dúvida Geraldo Bulhões,foi que valorizou o servidor.Não sei se o governador que vai assumir,vai lutar para corregir em parte estas distorções.Na prática os últimos governadores,repassam os duodécimos para os poderes Legislativo,Tribunal de Contas e Judiciários topados até a tampa para governar sem problemas com esses que tem poder e leva o servidor público na barriga com os aliados só para os pobres a Lei de Responsabilidade Fiscal e que”não sábia que o estado estava tão individado”.Vamos aguardar o ponto eletrônico para o Legislativo,executivo e judiciário…

  • Publica-se ou não pubica-se?

    Antes da eleição esse candidato tinha a solução milagrosa para todos os problemas do estado, depois de eleito o tom da conversa mudou completamente, cada povo tem o governo que merece

  • roose

    Na verdade é uma desafio muito grande para o novo governador, não sei qual é realmente o seu propósito, se é adotar algumas medidas tímidas e paliativas, passando para a sociedade a falsa impressão de que está equacionando os problemas crônicos do estado , ou se irá ao enfrentamento das mazelas históricas, desse pobre estado , passando pelo combate sistemático dos privilégios inaceitáveis da maioria das autoridades e burocratas que a despeito da miséria e sofrimento do alagoano, continuam usufruindo, crescentemente, de vantagens e benesses imorais, intoleráveis e inadmissíveis.

  • carlos

    Publica-se ou não pubica-se.Concorde com você,nos meus comentários no periodo eleitoral dizia,que todos os candidatos tinham solução para tudo.Assim ,com Ferando Collor,quando foi candidato ao governo de Alagoas.Que podia o povo cantar é com Ferando Collor,que as coisas vai melhorar.Quando assumiu o discurso mudou,não” sabia o estado está falido”.Assim foi Ronaldo Lessa,Teotônio Vilela e agora Renan Filho..Em Mació,foi Cícero Almeida e agora é Rui Palmeira…Propagando falsa é assim,quando a mercadoria chega a conta é salgado e o produto é falso..

  • CUMPRIDOR DA LEI

    Fácil, fácil, se quiser resolver:
    01 – Diminuir em 60 % os cargos comissionados, criteriosamente.
    02 – Estabelecer uma escala de aumento, POR MÉRITO, acabando o nivelamento por baixo.
    03 – Enfrentar, com CORAGEM, a improdutiva PELEGADA sindical, que acha só ter “direitos” e nunca DEVERES.
    04 – Cortar relações com as Ongs. e outras Associações desonestas, dando total apoio às poucas e dignas de ajuda.
    Não sendo possível acabar, enfrentar com rigor legal, os famigerados, atrasados e desonestos SINTEAL, SINDIPÓ(especialista em acabar desfile de 7 de setembro) e, por último:
    Enquadrar dentro da lei, os irresponsáveis e aproveitadores profissionais do famigerado MST e afins, mostrando apenas que: SEU DIREITO TERMINA ONDE COMEÇA O MEU.
    – Obrigar, através de ponto eletrônico e fiscalização severa, que cada um cumpra com sua obrigação como funcionário público, ou seja: COMO FUNCIONÁRIO DO “‘´DISTINTO” PÚBLICO, que lhes paga os salários.

  • JEu

    Para mim, o que mais aconteceu no governo Vilela, e, parece, vai continuar no governo Renan Filho, é a maquiagem da arrecadação do Estado, para dizer que não dá por causa da LRF… é pura enrolação de quem quer que sobre dinheiro para usar em “obras” onde tudo pode acontecer antes, durante e depois das licitações…

  • Consigliere Alagoano


    .
    Mota,
    .
    A valorização, deve começar a estrutura dos prédios Estatais, depois a ESCOLA DE GOVERNO deve ser o BRAÇO do SERVIDOR, para Formação e Qualificação do Servidor, e neste ínterim, definir que Softwares devem ser Comuns, este Consigliere Explica:
    .
    – Se usa WORD e WRITE, são compatíveis, mas nem tanto, por que não treinar os servidores em suas necessidades SETORIAIS?
    – Não existem modelos de Oficio, memorando, como arquivo padrão cada Secretaria faz o seu Estranho não?
    .
    Não se pode COBRAR um BOM ATENDIMENTO se não existe TREINAMENTO CONSTANTE, o PAGADOR de IMPOSTOS como EU estamos FARTOS da DEMORA no atendimento e a MÁ QUALIDADE na RECEPÇÃO e DESPACHOS.
    .
    ESCOLA DE GOVERNO…. APRESENTE-SE AOS SERVIDORES
    .

  • Servidor Publico AL

    Ricardo, como sempre Impecável. Até que em fim alguém tocou nesse assunto. Saiba que nós ficamos surpresos e mto felizes! Já é um começo! 80% de salario defasado nesse estado, nesse pais não é algo de se desconsiderar diante do esquecimento geral. Tirando a classe dos deuses, dos únicos que podem, os melhores, “os médicos”, reajustados com equivalência e todos bem eles agradecem, que diga-se de passagem. Porem o “resto”, os qualquer um, os demais, zés ninguém, dignos como palhaços. Acredito que seja difícil, só não acredito que seja impossível o tão sonhado resgate da equidade, basta que deixemos de ser menosprezados e passemos a ser priorizados assim como são, os deuses médicos, promotores, juízes, secretários, deputados e seus aliados.

    Feliz 2015, se é que é possível!
    Abço da Classe Ricardo.

  • tania

    Sou servidora publica e faço meu trabalho com amor e dedicação, só assim sei agir, ganhando pouco mas servindo com o melhor que posso, meu trabalho que é muito importante na vida do usuário que procura meu setor…..fico triste por não sermos valorizados, esse governo que aí está passou 8 anos e não colocou nosso salário em dia mas diz que paga no mes trabalhado, sim, quem ganha até 2.050 e quem ganha 2.060 em diante vai pro dia 11 todo mes……isso é colocar o salário em dia? fica minha indignação!!!!

  • Williams Roger

    Ainda há jeito!
    Existem várias formas de resgatar a autoestima dos servidores. Principalmente daqueles e/ou categorias que não foram contempladas. Um exemplo, só um, diz respeito ao plano de cargos e carreira dos servidores.
    Plano esse que o governador ATÉ AGORA NÃO IMPLEMENTOU PARA OS SERVIDORES DA SAÚDE.
    Eu, particularmente, enquanto servidor da saúde, estou confiante na valorização doa servidores, mais os que ainda não firam contemplados, pelo futuro governador. Estou esperançoso.
    TEM JEITO, BASTA QUERER!

  • Jorge

    Só é tirar os vagabundos, os marajás e a acumulação. Sem falar no excesso de contratos e comissionados…

  • FAZ TEMPO

    faz tempo que ocorrem sacanagens no serviço público estadual. nas repartições, os comissionados são os mandões. muitos deles, burros, pois nada sabem. enquanto isso, os funcionários competentes, trabalham para eles. um problema de fácil solução, desde que os governantes pensem assim.

  • robério

    Eu vejo muito o mundo corporativo privatista reclamando da ‘crise’. E isso, como um vírus, passa para o Estado. Realmente existe uma crise, mas ela é estrutural, ou seja, o modelo econômico que requer ‘austeridade’ nos gastos públicos não se coaduna, é incompatível com a gestão pública vigente, caracterizada pelo interesse oligárquico. O impasse que se gera com a austeridade e a ‘responsabilidade fiscal’ reflete nos baixos salários dos servidores públicos (aqueles que historicamente têm o salário defasado), e que acarreta em um péssimo serviço público. Não basta apenas reclamar deste serviço por ser de péssima qualidade ou falar em crise. Tem que dividir melhor a riqueza produzida pelos trabalhadores e servidores públicos e privados que sustentam os barões e a classe política.

  • nilson nolasco ribeiro

    percntual maior para os servidores,que ganham pouco.plano de cargos e carreira,na sesau-JÁ