O deputado federal Paulão, do PT, costumava dizer que as lideranças políticas de Alagoas são como o mandacaru: não dão sombra para ninguém.

No resumo, não deixam que brotem outras lideranças, lhes dando sumo para crescer e se projetar para o alto.

Não sei o que ele pensa atualmente, mas acho que ele tinha razão.

Em tempos atuais, o governador Teotonio Vilela Filho chega ao final de oito anos de mandato sem deixar absolutamente nenhuma herança política.

Pedro Vilela, seu sobrinho, é candidato a deputado federal por decisão da família, mais até do pai dele, empresário Elias Vilela.

No mais, nada.

O ensaio da candidatura de Eduardo Tavares, tão surpreendente, pareceu finalmente quebrar esse triste modo de agir: o governante sair do poder, depois de longa passagem, sem deixar ninguém que represente o seu pensamento político, ainda que mantendo as individualidades e idiossincrasias de cada um.

Entretanto, Vilela repete o seu antecessor, Ronaldo Lessa, que não deixou absolutamente nenhum herdeiro político – nem ao menos um vereador na capital.

E Lessa já havia, por sua vez, replicado seus antecessores.

O senador Renan Calheiros faz também mais do mesmo: investe no Filho para sucedê-lo, e até – quem sabe – ir mais longe do que ele, pelo menos no plano local (Brasília é outro cenário com outros acidentes na paisagem).

Aliás, quem é o sucessor de Biu de Lira: Arthur ou Marcelo Palmeira?

Vilela, que tanto fala na “solidão da virtude”, por ora, quando o tema é herança política, só encontra a solidão. Faltando-lhe a virtude.

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  • José Carlos de Oliveira Simões

    Ricardo, pelo amor de Deus, não fique incentivando essa turma deixar herdeiro político, bastam eles e olhe lá, imagine os sucessores do Renan, Collor, Lessa, Paulão, Biu, Ciço, Taturanas e Sanguessugas. Será que é isso que merecemos ?
    Senhor, Tende Piedade de Nós, e apague o quanto antes, esse seu comentário.

  • Robson

    Vilela, que tanto fala na “solidão da virtude”, por ora, quando o tema é herança política, só encontra a solidão. Faltando-lhe a virtude.que n

    abraço

  • João Bosco de Castro

    Ricardo, essa história de herança política é coisa de coronel: “Tá vendo essa gentalha, meu filho? Um dia, tudo isso será seu…”

    Eu sei, é o que ocorre na imensa maioria dos casos, mas não vejo com bons olhos um político velho ser substituído por um político novo, seu herdeiro de sangue. Na maioria das vezes, o político novo já nasce um velho político.

    Quer um político mais velho e ultrapassado do que Renan Filho? O REInanzinho do Gado traz nas costas uma cidade devastada pelas sucessivas administrações da família. Um escândalo nacional protagonizado por seu “paipai”, que tinha despesas pagas por uma empreiteira, e, achando pouco, inventou uma operação de venda de gado para justificar a renda que não existia na sua declaração de IR.

    E, novo-velho político que é, ainda arranjou um companheiro de chapa limpinho, limpinho, e moderno!, ora, ora, para senador… Desse, aliás, Deus poupou Alagoas de um herdeiro político. Aí também seria demais, não acha?

  • João Neto

    Os desacordos entre Vilela e R.Palmeira, os acordos com Biu, e as presenças de Toledo e Gaia no PSDB ferraram com a representatividade do partido em Alagoas.
    Muitos caciques pra pouca tribo. Deu no que deu.
    Só restaram as raposas, pra concorrer à guarda do galinheiro.

  • Há Lagoas

    Sua maior herança, será a saudade que ainda teremos de seu governo!
    Sei que é difícil de acreditar, mas o tempo dirá se tenho razão em presumir isso…
    De qualquer forma, me solidarizo com o atual governador e agradeço (apesar dos percalços) o que ele fez e tentou fazer por nossa gente. Em um mundo de escolhas, ele optou por uma estrategia suicida, mas, diante de seus opositores, qual deles tem envergadura moral de julgar Vilela?
    PS. Espero sinceramente, que o candidato Júlio Cezar não seja abandonado a própria sorte, e que você governador, demonstre compromisso com o projeto de Estado que precisa ser continuado.

  • JEu

    Creio que o ET fez bem em não aceitar ficar com a tal “herança” política do Téo Vilela. Ele só iria mesmo é arranjar “sarna” para se coçar…

  • Arnóbio Dias Lins

    Caro Ricardo, este governador somente provou que nunca foi um estrategista político, como se falava por ai. Penso que ele próprio se elegeu apoiado, ou no nome do pai ou agarrado na mão de Renan, além de ter muita sorte. Até quando numa das poucas vezes Vilela acertou, terminou errando. Refiro-me a excelente candidatura do Eduardo Tavares, o ET. Esse sim, ganharia as eleições já no primeiro turno. A sacada do Vilela, entretanto, não foi bem conduzida pelo próprio Vilela. Desacreditado, só, escolheu um locutor sem nenhuma representatividade para terminar ainda mais solitário a sua triste caminhada política.