Calma, gente! Não me tornei um velho devasso – ainda. O título, acima, é apenas um trocadilho com as bandas de “forró” que pululam pelo país afora, recriando o gênero musical que já teve um monarca: o Rei Luiz Gonzaga.

A história, eu conto como a história foi.

Acompanhei uma festa de formatura de uma turma de ensino médio de um ótimo colégio local. O que vi, agradou-me e muito, tanto quanto me incomodou – e há de se dar o devido desconto à idade do autor destas linhas.

Que bom ver que a meninada mantém a alegria de viver com alguns ganhos preciosos em relação à minha geração e a outras que me antecederam. A turma beija bem e sem as culpas que carregamos. Ou seja: avançou o que, para nós, era o sinal vermelho – nem amarelo para ela é.

Não teme, também, e pelo contrário, o contato físico mais ardoroso, afetuoso mesmo, sem medo de qualquer mal-entendido. O afeto há de ser demonstrado, porque valoroso e enriquecedor. Que se danem as maledicências dos reprimidos.

Mas, como tive tempo de sobra como espectador – não como personagem ativo da festa (oito intermináveis horas) -, busquei enxergar outros pequenos detalhes, imperceptíveis para a “moçada” da minha era. Resolvi contá-las, também, neste espaço.

Pensei, inicialmente, que a tal banda de “forró” (perdoem-me as aspas) só tocou a mesma música no longo – para mim, não para os meninos e as meninas donos do pedaço – desenrolar da brincadeira.

Não que não tivéssemos, os “entões”, curtido do iê iê iê ao carimbó – inaudíveis ao entardecer. Mas, ante a insistência nos raros – porque escassos – acordes, comandados por um ritmo tribal, que seguia a mesma cantilena alegre, caí na armadilha de lembrar o Maestro Soberano, Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim. Indagado sobre suas impressões acerca do primeiro Rock in Rio, Tom, em tom sarcástico, disparou:

– Eles são ótimos! Imagine quando descobrirem que existem mais de dois acordes.

Foi maldade demais (despeito?) lembrar Jobim, reconheço. Em meu favor, eu vos digo: passei a observar o monitor de frequência de áudio. O que vi? Um quadro estático, como uma pintura de paisagem pobre, com pouca – ou nenhuma – angulação.

Os cantores que se alternavam, pelo visto e não pelo ouvido, mandavam ver “os sucessos do momento”. E sucesso é isso: vai tão rápido quanto chegou. As letras, de poucas palavras, falavam daquilo que é bom, sempre, para qualquer idade: amor (acho eu).

Vinham, de quando em quando, os intervalos entre as músicas. Foi o que me pegou de vez. A crooner (ainda se chama assim?) anunciou o que seria uma canção romântica. Pensei: será dançada bem juntinho – ótima preliminar para o esperado beijo. Do palco, ela vaticinou  para a plateia:

– Eu sei que vou morrer. Mas ainda vou matar muita gente.

Que choque! E antes que pudesse dizer impropérios, inadequados em tudo para o momento, segurei as rédeas da minha perplexidade para me acalmar:

– Ricardo, nego velho, bem-vindo ao futuro!  

 

 

Por que Marcos Santos "atirou" em Eduardo Tavares
Uma mão suja a outra
  • Paulo Marx

    Caro Ricardo,
    Certo dia questionei dois sobrinhos meus, excelentes alunos de medicina, porque os mesmos gostavam de ouvir essa bandinha da mesma batida, a tal Calcinha Preta e assistir ao famigerado Big Brothear! Falei que a minha geração de estudantes, caso tivessem acesso ao que eles tem hoje, estariam gravando raridades da MPB na internet e assistindo ao History Chanel ou algo similar! Sabe o que eles responderam??
    “Tio, sua geração era complicada e revoltada! A gente quer é entretenimento!”
    E como sempre pego no pé deles em questões culturais, um deles fechou a réplica parafraseando o famigerado Calcinha Preta:
    “Mas não se preocupe tio,
    VOCÊ NÃO VALE NADA, MAS EU GOSTO DE VOCÊ! ”
    Dizer mais o que??
    Ao menos são criativivos…

  • ELIEZER DE AZEVEDO FALCÃO

    COM A PALAVRA, O NORDESTINO ARIANO SUASSUNA.

  • Anthony

    Ricardo Mota,é inacreditável que você com menos de 60 anos(mesmo que tivesse 70),se considera tão velho!Tenho 44 aninhos e me encontro em perfeita sintonia com tudo que acontece ao meu redor e fora dele também,sem me sentir um peixe fora d’agua!Talvez a velocidade com que tudo está acontecendo esteja te deixando meio atordoado.Essa história de se achar velho é besteira…Mas concordo com você quanto às músicas sem qualidade…que atinge todas as faixas etária…os novos,os velhos e os que se acham velhos.Bom domingo!

  • roberto cardoso

    Futuro muito bom quando vejo os mais novos curtindo sadiamente! É a vez deles!!CURTAM!!!

  • ARTUR

    KKKKKKKKKKKKKKK RICARDO, LEMBRA-SE DA NOSSA ÉPOCA? QUANDO NOSSOS PAIS CRITICAVAM: CABELO GRANDE, CALÇA BOCA DE SINO, AS MUSICAS, TUISTE, JOVEM GUARDA E POR AÍ VAI? AGORA É A NOSSA VEZ. E COM UMA DIFERENÇA NÓS TEMIAMOS NOSSOS PAIS E OS PAIS DA MENINAS QUE SEMPRE ATENDIAM OS PROTESTOS DOS PAIS E HOJE QUE MENINOS E MENINAS NÃO ESTÃO NEM AÍ PARA AS RECLAMAÇÕES DOS PAIS E ATÉ AVISAM: ESTE FINAL DE SEMANA VOU VIAJAR COM O NAMORADO OU NAMORADA ISSO É QUADO AVISAM. KKKKKKKKKKKKKKKKKK SE ATUALISE SE NÃO ESTAMOS CHEIOS DE INIMIGOS DENTRO DE CASA.

  • sebastiaoiguatemyrcadenacordeiro

    Ricardo,nêgo véio ; gostaria de lhe de-
    sejar que fosses bem vindo ao futuro,po-
    is você é mais do que merecedor desta
    sorte,como tambem muitas e muitas pesso-
    as que vivem constrangidas nesta terra
    sem lei e sem justiça. Um lugar ideal em
    que todos nós,pessoas do bem,vivessemos
    naturalmente em paz e harmonia,porem ,
    acho difícil ou impossível encontrar es-
    te paraíso, por diversos motivos. Talvez
    em lugares remotos deste mundo véio sem porteiras.Aqui,em Appallosa,creio
    ser impossível,pois, só tem futuro para “alguns”,que não são da nossa estirpe. ÔMI !

  • roberto braga

    O “Velho Gonzaga” deve ficar muito constrangido com tanta mediocridade e letras “maravilhosas”.Ouvidos aguentem!!!

  • Frederico Fariad

    Sem querer me comparar ao saudoso Tom, mas algo em comum nós temos: implacáveis.
    Quanto às atuais bandas, que me perdôe a meninada: não passam de um monte de #&*#.
    Alguma dúvida?

  • Shofia Aquino

    kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk!! não estranhe e seja bem vindo ao futuro, kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk1111!!!!!!!!!!!!!

  • soares vida

    O que mais me revolta é que tem um bando de pais babacas que acham que isso é normal!

  • Alex

    Apesar de preferir Cartola, Benito de Paula, Paulinho da Viola, Martinho da Vila e o forrós de Santana e Flávio José, ainda consigo acompanhar estas festas atualizadas, fazer o quê! Quando estou em minha casa escuto o que quero e ninguém pode reclamar, meus filhos ás vezes me chamam de velho, mais não me incomodo, cada um tem seu tempo.

  • Luiz Ribeiro

    Uma geração perdida na pornografia das músicas que cada dia maltrata com suas frases pessoas e principalmente a mulherada, mais estamos evoluindo e faz parte, música é gosto e música ruim é mau gosto.kkkkkk

  • Eduardo Jorge

    Nêgo véio, é por isso que prefiro curtir Bob Marley, Jimmr Cliff e UB 40, pelo menos tem melodia. F…é ouvir, “chupa que é de uva” e “senta que é de menta”.

  • Wellington

    Eu defendo essa nova geração… Essas bandas de hoje estõa certa mesmo, Tem que tocar do mesmo jeito o forrozinho arrochado… E como Jailson Cavaleiros do forro diz “Beber e Amar que O Mundo vai se Acabar”…

  • Calcinha de Maceió! O que?

    DILMA X ASSIM DOI: Eita minha querida presidenta DILMA, faça isto não, assim doi, cUUma pode? O que Araba? Tenha calma Ômi, DILMA está tentando resolver o problema da CORRUPÇÃO, deixe de afobamento! Aí respondo a não sei quem: LULA há 2 anos, prometeu a TÉO algo de R$ 58 milhões para a duplicação da rodovia Maceio/Francês e Barra de São Miguel, e não cumpriu!!! DILMA também rééééprometeu ao TÉO o prometido de LULA e até hoje será que veio? TÉO diz quanto chegou após 24 meses das promessas de LULA, quanto? Oi DILMA o que sabUU é que ALAGOAS já enviou nós 24 últimos meses, ao GOVERNO FEDERAL só R$ 960 milhões para PAGAMENTO de JUROS da nossa dívida, que foi consolidada no governo LULA com títulos PODRES, julgados pelo Poder Judiciário como, INVÁLIDOS, INVÁLIDOS, INVÁLIDOS, INVÁLIDOS e você DILMA só mandou R$ 8 milhões? DILMA, uma força, ALAGOAS é um dos Estados mais pobres do Brasil. DILMA, aqui prá nós, muita munganga? É este infeliz do italiano Mantega que só solta dinheiro para PAGAR JUROS da famigerada DÍVIDA PÚBLICA. É DILMA, você continua a governar SEM divisão equânime das riquezas produzidas, aos poucos ricos das bancas Internacional e Nacional TUDO e aos muitos pobres dos 195.000.000 de brasileiros, quando migalhas da CIDADANIA. DILMA não, assim doi !!!!!
    P/Arabutan.

  • Jorge Costa Vital

    Hehe! tadinho…

  • Pablo Hernandez

    Existe uma linha tenue entre o que se entende por entretenimento e a massificação de uma geração de jovens que só sabe, repito, só sabe valorizar coisas prontas e sem conteúdo para não ter o trabalho de exercitar o raciocínio.
    Estamos formando uma geração de zumbis que apostam no que a mídia apresenta como melhor opção, ou seja,a violência gratuita com lutas de todos tipos e músicas da pior espécie possível.
    Por exemplo:”Beber cair e levantar, beber cair e levantar” ou então,”Eu vou parar meu carro na frente do cabaré
    Vai ter muita mulher vai ter muita “birita”,
    Todo “puteiro” me conhece
    Eu sou o cara que alugo um caminhão pra encher de rapariga.”
    Quase passou batido:beba, mas beba muito, mas com moderação.
    Que país é esse?

  • Marcos

    Quando respeito, prudência, decência, valores morais, dignidade, ombridade e outras coisinhas mais que ainda nos fazem (ou faziam?) civilizados e humanos são tratados como coisas do passado e, meu Deus!, antiguadas, caretas, por pessoas que deveriam prezá-las, por conta da idade já mais madura(?); quando essas mesmas pessoas, frustradas porque não terem vividos seus institos primitivos sem peso na consciencia, passam a julgar a vulgaridade de hoje como algo bom e próprio do tempo, afinal, somos jovens!, então, que esperar do Brasil. Serei entao, careta e antiquado e feliz.

  • Luiz Carlos Godoy

    “…caí na armadilha de lembrar o Maestro Soberano, Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim. Indagado sobre suas impressões acerca do primeiro Rock in Rio, Tom, em tom sarcástico, disparou:
    – Eles são ótimos! Imagine quando descobrirem que existem mais de dois acordes.”

    Não conhecia esse “lado Tom Zé” do Tom Jobim. Deve ser mau de Tom. Pelo visto, o único Tom que não fala besteira é o “amigo” do Jerry.
    Esse último Rock in Rio sim, concordo, foi um lixo. Mas o primeiro teve muita gente boa, como, por exemplo, Queen (Freddie Mercury não entendia nada de música), The Police (desde quando o Sting sabe fazer música, né?), Van Halen. Que dizer então das bandas brazucas Titãs (do Arnaldo), Barão Vermelho (de Cazuza e Frejat) e Paralamas (do Herbert Vianna).
    “Ave”, Sting! http://www.youtube.com/watch?v=sUv7pZxwST0&feature=related

  • Renata Lóssio

    Infelizmente se vive a cultura do mal gosto. “Esses moços. Pobres moços” Ah! Se soubessem que exitem outros acordes e outros estilos musicais.

  • edson

    Pois é camarada Ricardo, neste momento em que estou escrevendo, escuto alguns jovens da mesma idade que eu ( 26 Anos ) deleitando-se com algumas,não sei se podemos chamar assim, “música”. Dai, fico com uma enorme duvída, não sei se nasci em uma geração errada ou em um lugar errado.
    Mas como já dizia um dos maiores poetas da música mundial Robert Nesta Marley,
    “Eles riem de mim por ser diferente e eu tenho que rir de todos por serem iguais”.

  • joinha

    olha a pérola shakespiriana de uma banda dessas: “Joelhinho ,cabeça, joelhinho , cabeça-beça”. Nada mais dialético meu caro Ricardo..Em conversa com o Prof.Artur Bispo da Ufal, ele me disse que só consegue ouvir Chico Buarque…é um Taleban!!!imagine quando ele chegar no Funk Carioca!! vai mostrar que é Tigrão , vai sim , vai não..huahuahua.Bem -vindo ao Inferno do Real, como dizia Bauman,citando Morpheus de Matrix

  • Gregório de Matos

    A nossa cultura musical está aos frangalhos (com RARÍSSIMAS exeções), haja visto que o mais bem pago apresentador da televisão brasileira, o patético e enjoado FAUSTÃO, enaltece qualquer medíocre cantor com a velha e “famosa” frase (de sua autoria), chamando-o de: “MONSTRO SAGRADO DA MÚSICA BRASILEIRA”… tenha santa paciência, só a GLOBO mesmo, para promover tamanho DESSERVIÇO a boa música. Plim-Plim.

  • Wellington Cavalcanti de Oliveira

    Ricardo, eu também estava lá! E quando lhe vi (lhe conheço, daqui e da TV…rs), perto das cinco da manhã, encostado num muro do lado de fora, pensei: Ou ele está procurando o nascer do sol, ou está “bolando” o artigo do domingo!
    PS.: Quase que eu ia à sua mesa “me” apresentar e falar da admiração que tenho por seus textos, mas minha esposa não deixou! rsrsrs.

  • ALINE

    Acho q gosto ñ se discute, e acredito que cada cabeça tem seu mundo. Então estilos de músicas vão de acordo com cada ser.Na minha infância meu Pai era comerciante analfabeto, mas sempre nos deu educação e sempre nos ensinou o que é bom,ele não gostava de ópera nem de Rock, mas nos ensinou a conhecer todos os estilos e comprava instrumentos musicais,discos,livros para mim e meus irmãos, trabalhou a musicalidade na nossa infância. Nos deu ordem e nos criou com rédeas “das antigas”, o que falta nesses adolescentes de hoje em dia.Então se vc cria seu filho com boa educação, nele se desenvolverá seu estilo de vida, de música, de bom gosto, e de uma boa Educação, independente de classe social, criando hábitos saudáveis e criando futuras gerações com conteúdo de cultura popular nas veias, estimulando todas as habilidades.Mas o q acontece hoje em dia, é pornografia, músicas horrorosas sem cultura, sem versos,sem lógica, aí eu lhes digo: “Isso é moda, ou cultura?” Lhes respondo: Não!
    O povo gosta,mas nem tudo q o povo gosta é bom. Falta Educação, rédeas,informação.Tudo bem q as coisas evoluíram, modificaram, mas nem tudo q é errado a gente tem q engolir.

  • Leandro Melo

    Essa história de que música com letra só sai de nomes como Chico Buarque, Veloso, Jobim e afins é a coisa mais ridícula que já ouvi até hoje. Eu vejo música em várias vertentes, há músicas para todas as ocasiões da vida, e não é pelo fato de quem está interpretando a letra, que fará da canção algo irrelevante. A questão aqui é como o ser ouvinte vai encarar o que aprecia em seu rol musical. E isso vai variar de acordo com sua cultura e com seu ambiente social. Sinceramente, o que me prende mais a música é a mensagem que ela transmite, independente se isso seja no rock, no pop, forró, sertanejo, axé, brega, lambada, enfim… Lembrando que, eu não descarto uma boa letra de música, apenas não acho necessário/condição, que tal classificação venha de meia dúzia de cantores aclamados como “o primeiro time da música popular brasileira”. O próprio nome já diz: popular. E quem os elegeu populares? O povo? É Chico e Caetano que ouvimos todos os dias na maioria das casas, ruas e MCM? Esse negócio de música de qualidade, restrito a um nicho de intérpretes, nada mais é do que uma ditadura cultural, inserida nos habitus de classe, para que sejamos bem vistos e introduzidos numa pequena parcela “intelectual” da sociedade. Isso não quer dizer que eu seja a favor de qualquer porcaria, poluição sonora que tocam por aí, como há muitas nos dias de hoje, a exemplo da tal “ela sai de saia e bicicletinha”. Não é isso! O fato é que, da maneira como muitos enxergam a boa música e tentam pregá-la como verdade absoluta, eu prefiro ler algo bonito (Shakespeare), a ficar ouvindo letras lindas com melodias melancólicas. Conforme citado, vários artistas da MPB, que são consagradíssimos por causa de suas canções lindas e maravilhosas, entretanto, possuem uma melodia totalmente decadente e o pior: uma grande parte gosta ou finge gostar para se inserir no rol dos que têm um gosto digamos “apurado” – o que é lamentável. Muitos até se julgam superiores por se tratar de “música de qualidade”. Eu não vejo superioridade nenhuma – longe disso -, está mais para arrogância! Indo agora para o lado do forró de plástico, como muitos chamam, existe uma gama de músicas/bandas boas, com letras ótimas, que buscavam e/ou queriam mostrar algo para o mundo, sim! Basta dar uma repassada na discografia de artistas como a precursora dessa vertente do forró: a banda MASTRUZ COM LEITE, grupo que dispensa comentários. Atualmente, não podemos falar o mesmo da maioria das bandas atuais, que deixaram de lado temas que retratavam o amor e o cotidiano do homem do campo, para dar espaço às cachaças e cabarés da vida. Penso que a pessoa tem que saber o que deve ouvir, filtrar seus gostos, pois nem tudo que os “cultos” dizem ser uma merda é necessariamente uma merda, e nem tudo que chamam de “boa música” é, de fato, uma boa música.

  • Ademir

    É isso ai Ricardo. Minha filha mais nova vai fazer uma dessas formaturas agora em dezembro. E ja contrataram um tal de “num sei que” do Brega. Eu que sou mais ou menos de sua idade, vou passar por tudo isso. No nosso tempo era Você, Dudel a galera dos Festivais da UFAL. O tempo muda… No futuro essa garotada vão ficar “veio” também. e ninguém sabe o que vem por ai com a influencia da calcinha.

  • Francisco José Tenório Magalhães

    Pois é, um dia isso ia ocorrer, ou seja, os efeitos da indústria cultural da música na forma mesquinha da atuação das gravadoras ia acabar. E acabou. Naquela época aprendemos a gostar, “à força”, do que indústria cultural nos colocava. Hoje, ao menos, qualquer “zé ninguém” tem condições de fazer sucesso e ganhar dinheiro. A escolha é do povo. Não gosto das bandas de forró atuais assim como meus filhos não gostarão das futuras.

  • fredy

    Sem querer me meter nas preferências alheias, afinal cada um ouve o que quiser, mas o gosto musical da maior parte da população nos estados do nordeste é muito limitado. Só se ouve Axé (ritmo criado na bahia e só audível aos ouvidos de pessoas que possuem o mínimo de bom senso na época do carnaval) e “forro” (plagiando o dono do blog vou me permitir colocar entre aspas também.
    Pessoal, estamos em pleno século XXI, onde qualquer pessoa pode baixar de graça qualquer música, de qualquer banda, de qualquer país do mundo. Por que então só ouvir essas porcarias.
    Nas baladas de nossa capital só se ouve música ruim. Caros donos de estabelecimento, vamos diversificar.
    Existem muitas bandas boas de rock , pop-rock,sertanejo, MPB.Qual foi a última vez que alguém promoveu um concerto de música clássica em alagoas?
    Eu já decidi. Balada que tem Canibal (banda mais na moda a uns 10 anos em alagoas, cujo vocalista eu não suporto)eu não frequento mais.

  • eduardo

    Faltou falar sobre a previsibilidade dessas festas de formatura: encenação teatral do alunos ( já reparou que a comissão normalmente é formada por aqueles que não estudam muito e que o único objetivo na faculdade é a festa de formatura ), num misto de musical de péssima gosto e repetitivo. Fotos super produzidas, a banda que toca tudo, de preferência a música trash do momento. Em seguida o tequileiro. Dança com os padrinhos, uma valsa conhecidíssima de Strauss. Onde os formandos, já bêbados, começam a dar vexame e a vomitar. Em seguida o indefectível Didjei.Dependendo do nível ou desnível, no final ainda cabe uma pagodeiro ( pode vir antes do didjei ). E a comida? salgadinho batidíssimo, um jantarzinho resto-do-casamento-de-ontem, cerveja a rodo e uísque Logan ( vermelho ), com água de côco e gelo a vontade. O que faço para recusar de forma educada festas desse tipo???

  • ANDRÉ FRANCISCO DOS SANTOS

    Que maravilha de comentário. Concordo com tudo isso, mas fazer o que.

  • Djalma Félix

    É pena que o reinado dessa pornofonia acabe desestimulando um dos maiores compositores de Alagoas – Ricardo Mota – a subir aos palcos da nossa cultura já tão combalida e moriBunda. Sei também que o ‘velho’ Ricardo tem o perfeccionismo como argumento para não voltar à cena musical. Mas isso só reforça e abre espaço à monarquia dos ‘forrós’ de calcinha.

  • Alex Braga

    Nao me causou espanto a sua perplexidade, meu caro jornalista. Nao bastase a onda de violencia gritante que vitima em sua grande maioria jovens entre 16 e 24 anos, ainda somos obrigados a suportar esses movimentos “frangistas”, “taligadistas” e “línguas de fora” que tomaram conta dos nossos infantes. Essa juventudo totalmente dissidente e ao mesmo tempo alienada pelo movimento cibernético é responsável tabem pelo fracasso de um país em franca derrocada moral, cultural e cívica. A juventudo que prometia um país justo, digno e fiel cumpridor de suas leis, hoje foi trsnformado em uma fossa do tamanho do maracanã. A desobediência generalizada às normas familiares, sem falar na precoce atividade sexual, caminha para uma delinquência insuportavel. O estado perdeu a guerra contra a criminalidade, as ONG’S só se locupletam, a igreja vive em guerra contra a sua libido e os poderes, podres, já não mais disfrçam o seu mau-cheiro. Ainda podemos fazer algo, meu caro, para que os nossos netos e bisnetos nao sejam herdeiros de um patrimônio esdrúxulo e inservível, devido ao que é praticado hoje em dia. Nao podemos deixar para estes um salão sujo e podre onde lá existiu uma festa que morreram todos os convidados por uma overdose de irresponsabilidade.

  • herson feitosa

    ricardo se você escutar a nova musica cantor leonardo beber beber vai ficar revoltado não tem letra é uma bosta.

  • JOSE CARLOS ANDRE DOS SANTOS

    Belo texto. Divertido, crítico e realista.

  • Henrique Moura

    kkkkkkkkkkkkkk ótimo texto Ricardo, aliás, como sempre!

  • PATRÍCIA

    Concordo plenamente com o Sr. Alex Braga, ñ precisa dizer mais nada!

  • lucia maria almeida

    O pior é que mesmo sem querer temos que ouvir essas baixarias,pq esses carrinhos de música passam na nossa porta com o som altíssimo,horrível,com letras de baixo escalão e que afligem a moral da mulher.Mas o pir disso é que as própias rebolam ao som de:”só as cachorras” e por aí vai..Infelizmente.
    Que diferença do que ouvíamos nos anos 70,80..Bom,não acho que seja questão de idade,acho que falta educação musical mesmo pra essa nova geração.
    Um abraço!