Rubim deve investigar Detran

                     Nem PM, nem Polícia Civil. O laboratório para o serviço de inteligência que o delegado Paulo Rubim pretende implantar na Defesa Social tem como dever de casa o Detran – "antes que um aventureiro o faça." Conhecido como Assembleinha, o órgão responsável pela política de trânsito de  Alagoas continua o mesmo de sempre: está dividido, esquartejado, ou como queira o(a) leitor(a) entre doze deputados estaduais – quase todos taturânicos – com o comando firme do presidente afastado da Assembléia, Antônio Albuquerque.

                    Não é pouca a grana que passa por lá, praticamente sem nenhum controle. São cerca de R$ 4 milhões/mês, para uma folha de pessoal que não chega a R$ 2 milhões. Num cálculo conservador, acredita-se(dentro do próprio governo) que, depois de gastos com o custeio, locação descontrolada de veículos, adiantamentos a servidores que aparecem nos relatórios da Taturana, sobra algo em torno de R$ 1,2 milhão a cada trinta dias. É muito, muito dinheiro para um órgão público de reputação calamitosa.

                   Cargos em comissão? Ocupados, quase sempre, por lideranças políticas do interior ou apadrinhados locais dos doze donos do Detran (gente que, quase sempre, não vai lá), ante a placidez irresponsável do governo do Estado, que deveria fiscalizar a boa aplicação do dinheiro público- tão caro e tão raro. Albuquerque disse ao senadora Renan Calheiros que iria "devolver" o Departamento Estadual de Trânsito ao governador Téo Vilela. Não o fez, nem foi cobrado por isso. Até porque é tão grande o interesse da Assembléia por sua sucursal no Pontal da Barra, que os deputados trataram de aumentar o orçamento do Detran, para este ano, em mais R$ 2,4 milhões. Por que?
                   

                   Como o Detran faz parte da estrutura administrativa da Secretaria de Defesa Social, caberá ao delegado Paulo Rubim apurar o que acontecer na sua gestão e, também, responder pelas irregularidades que acaso por lá continuem a ocorrer. Como o novo secretário -toma posse na terça-feira da próxima semana- tem um nome a zelar, há que zerar a bagunça da Assembleinha. O passado? ele já disse: vai apurar. Em fazendo, pode ganhar, ao mês, mais de R$ 1 milhão para a segurança pública. Não é pouco.