Depois da queda, o coice

 Não foi inócuo nem será indolor a auditoria realizada por OAB e PGE, na folha da Assembléia. A mesa diretora, afastada pela justiça, cometeu crime contra a administração pública. Um exemplo é a nomeação de até trinta assessores por gabinete parlamentar: os cargos não existem, não foram criados legalmente; os ocupantes receberam o pagamento indevidamente.Claro, não por culpa deles. E daí? Cabe ao MP estadual pedir o ressarcimento aos cofres públicos.

 Grave, também-gravíssima!-, é a situação da famigerada folha 108. No mês de dezembro, pós- Taturana, portanto, ela foi paga a cento e vinte e oito  alegres "funcionários" sem qualquer relação formal com a instituição.  Primeiramente, a direção administrativa da Assembléia apresentou a ficha funcional de um deles; depois, os "legais" viraram cinco; finalmente, eles eram trinta e dois, com fichas escritas em papel estalando, de novo.

 Essa folha- a tal 108-, que, segundo a perícia da Polícia Federal, devorava(ou devora)) R$ 400 mil por mês, em média, já relacionou, num só mês, 550 beneficiários. Foi em junho de 2006, ano em que a Assembléia bateu seu recorde de duodécimo: R$ 12 milhões, num só mês. Ao longo do tempo, a folha foi variando: 450, 350 sortudos, só para citar  os números mais exatos. Dezembro, paga a tal folha, confirmou-se a continuidade de mais um crime contra a administraçõa pública. Informação preciosa( será que vai constar no relatório?): só a família Ferro foi contemplada, naquele mês, com dezessete representantes na 108.

 Sexta-feira será divulgado o relatório da comissão. Não pariu um rato nem deu carne ao gato, mas a Assembléia não saiu do trabalho melhor do que entrou. O texto, elegante-como se espera de operadores do direito- deve dizer que qualquer quitanda de feira livre é mais organizada, administrativamente, que a Casa de Tavares Bastos.Aplausos para os feirantes.