Todos nós sabemos que, de uma forma geral, o sistema prisional não funciona da forma que se espera. Ignore o fator da ressocialização em si, e pense apenas nas “centenas” de ligações e SMS que você já recebeu, supostamente feitas de dentro das prisões. Uma questão que sempre surge é a utilização de bloqueadores de sinais, que poderiam “acabar” com tudo isso. Mas e se eles atrapalhassem o seu dia a dia?

A questão surgiu nesta quinta-feira (09), com reclamações de moradores e trabalhadores da região do Complexo Penitenciário de Maceió, sobre a dificuldade de fazer/receber ligações e acessar a rede de dados. Um funcionário de uma empresa provedora de internet que atua na área falou das várias reclamações que seus clientes têm feito. “Até para configurar os roteadores está sendo um problema”, contou o profissional, que diz estar recebendo reclamações há cerca de uma semana. “Mas tem gente que fala que está assim há mais ou menos um mês e meio”, disse ao Planeta Tera.

Foto: Reprodução

A assessoria da Secretaria de Estado de Ressocialização e Inclusão Social (Seris), responsável pela administração do sistema prisional, informou que os bloqueadores ainda estão em fase de instalação, mas que fizeram “todas as análises técnicas necessárias para não interferir no sinal da região”. Ainda de acordo com a Seris, a abrangência dos bloqueadores é limitada ao perímetro interno da unidade prisional. “Futuramente, todas as unidades terão o sinal bloqueado, gerando mais segurança e justiça, conforme preconiza a Lei de Execução Penal”, explicou a assessoria.

Os moradores e trabalhadores afetados planejam elaborar um abaixo-assinado para que a situação seja resolvida, mas não há a informação de que a situação esteja sendo realmente causada pelos bloqueadores – não esqueçam que vivemos em um país com operadoras telefônicas longe de serem exemplos de eficiência.

A Anatel possui uma ferramenta chamada Mosaico, que serve para consultar a intensidade de sinal de celular de uma região. O Planeta Tera pesquisou a cobertura, segundo o sistema, nas geolocalizações dos presídios Baldomero Cavalcante, Cyridião Durval e Cadeião (Casa de Custódia), além de uma consulta “ampla” da região, entre a Cidade Universitária e a Universidade Federal de Alagoas.

Os resultados não apontam para nenhuma deficiência (confira na galeria abaixo), mas como a própria Anatel explica, o resultado é uma estimativa, e “a experiência do usuário pode divergir devido a influências de parâmetros que afetam a recepção do sinal, como: mobilidade, proximidade de construções metálicas, ambiente interno de edificações, condições climáticas e posição da antena do terminal móvel”.

Qual a sua opinião sobre o assunto? Essa “capengada” na cobertura de rede é injusta ou é um mal necessário? Fala nos comentários!