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Abraciclo estima produção de 1,32 milhão de motocicletas em 2022

A motocicleta está cada vez mais presente no dia a dia dos brasileiros. Para destacar o Dia do Motociclista, comemorado nesta quarta-feira (27 de julho), a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – Abraciclo, revela que o número de pessoas habilitadas com a CNH (Carteira Nacional Habilitação), na categoria A, cresceu 50,9% nos últimos dez anos. Até o final do ano passado, 35,2 milhões de pessoas estavam aptas a conduzir veículos motorizados de duas ou três rodas. Em 2012, havia 23,3 milhões motociclistas no Brasil.

Seja por paixão, hobby, trabalho ou até mesmo para buscar uma alternativa mais econômica de deslocamento, as pessoas optam pela motocicleta devido às suas características: é um veículo ágil, econômico, com preço mais acessível e baixo custo de manutenção. “Alguns consumidores querem fugir das aglomerações diárias nos transportes públicos, outros utilizar como instrumento de trabalho. Há ainda aqueles que buscam por alternativas mais econômicas devido ao aumento dos preços dos combustíveis”, avalia o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian.

É o caso do empresário Cássio Augusto Stremel, de 38 anos. Curitibano de nascimento e manaura de coração, ele tirou a permissão para pilotar motocicletas no ano passado e agora anda com uma scooter pela capital amazonense. “O carro fica a maior parte do tempo na garagem, só tiro para levar ou buscar meus filhos na escola”, conta. “Mais do que economizar dinheiro, ganhei tempo de vida e isso não tem preço”, comemora.

O uso, no entanto, não fica restrito à cidade. Nos finais de semana, Stremel se aventura pela estrada em direção a pontos turísticos como Presidente Figueiredo, Manacapuru e Novo Airão. “Dá para viajar muito bem com uma scooter, mas já estou de olho numa custom”, confidencia.

Mulheres ao guidão

De acordo com dados da Abraciclo, o número de mulheres que assumiram o guidão cresceu 83,7% nos últimos dez anos, passando de 4.512.753 em 2012 para 8.287.808 no ano passado. Esse índice é bem superior ao registrado pelos homens, que foi de 43%: de 18.809.391 habilitados em 2012 para 26.911.145 em 2021.

A presidente da confraria Filhas do Vento e da Liberdade, Telma Crummenauer, de 53 anos, é uma delas. Curitibana como Cássio, costuma dizer que sua relação com o universo das Duas Rodas transcende a paixão. “A motocicleta me ajudou a superar uma depressão. Comecei a pilotar aos 46 anos e hoje faço isso com um proposito: organizo diversas ações sociais, junto com outras integrantes do grupo”, conta.

Para o próximo mês, Telma vai comandar uma expedição que percorrerá algumas cidades do Paraná até a fronteira com o estado de São Paulo, para promover a campanha do Agosto Lilás de combate à violência doméstica no Brasil. No ano passado, o grupo viajou por cerca de 40 municípios paranaenses para alertar as mulheres sobre a importância da prevenção do câncer de mama, uma ação dentro do Outubro Rosa.

Quem também ajudou a aumentar a presença feminina entre os motociclistas é a supervisora da rede municipal de ensino, Suely Furlan, de 59 anos. Moradora de Campo Grande (MS), ela conta que, apesar de ser apaixonada por motocicletas desde criança, só tirou a carteira de habilitação há um ano e meio.

O “gatilho” para sair da garupa e assumir o guidão, veio após um pedido feito para um colega. “Perguntei quando ele iria me levar para andar de moto e recebi como resposta: o dia que eu quiser. Parei e pensei comigo mesma. Eu ando no dia que eu quiser”, relembra.

Depois de fazer o curso normal e outro de aprimoramento para aprender a maneira correta para realizar manobras, ultrapassagens e frenagens, ela encarou uma viagem de 900 quilômetros até a cidade de Cáceres a bordo de um modelo de média cilindrada. “Fui com a cara e coragem”, conta. Em um ano, Sueli acumulou 14 mil quilômetros rodados na bagagem. “Quando estou na moto, tenho o meu momento, para agradecer e refletir sobre a vida”, diz.

Novo perfil do motociclista

O Brasil possui uma frota oficial de mais de 30 milhões de unidades e a proporção é de uma motocicleta para cada sete habitantes. Em 2012, esse índice era de uma motocicleta a cada dez pessoas. Entre os habilitados, os homens ainda são maioria e representam 76,5% dos motociclistas; enquanto elas, 23,5%.

Um dos representantes desse público majoritário é o empresário Saulo Vieira Ferreira, de 34 anos. O pernambucano da cidade de Salgueiro não esperou muito tempo para tirar a carteira de habilitação. Assim que completou 18 anos já estava na porta da moto escola. Ele usa a motocicleta no dia a dia para ir ao trabalho e cumprir os compromissos. “É um veículo ágil no trânsito, fácil de estacionar e econômico”, diz.

Assim como Ferreira, a maioria das pessoas que compra uma motocicleta é por conta da locomoção. De acordo com informações das fabricantes de motocicletas associadas à Abraciclo, esse é principal motivo (78%). Em segundo lugar, vem o lazer (45%), seguido pelo trabalho (9%). A categoria preferida pelo sexo masculino é a Scooter (60%). Já o público feminino dá preferência pela Motoneta (69%).

A maior faixa etária, tanto para homens como para mulheres, está entre 18 e 40 anos. Eles são 54,4% e elas, 69%. Uma análise mais detalhada sobre o perfil das pessoas habilitadas no ano passado revela que 54% estavam na faixa etária entre 31 e 50 anos.

A região Sudeste é a que concentra o maior número de habilitados, com 42,1%. Em segundo lugar, está a região Sul (20,2%), seguida pelo Nordeste (18,9%), Centro Oeste (11,1%) e Norte (7,7%).

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