Temos um problema sério na Seleção
O Brasil avançou a semifinal da Copa América após doze anos de ausência. Contra o Paraguai, a Seleção Brasileira fez uma boa partida, teve posse, controlou o jogo, Tite criou excelentes alternativas para o jogo, chances foram criadas, o goleiro do Paraguai foi o nome do jogo e a classificação veio na – sempre – sofrida cobrança de tiros livres da marca da cal.
Não queria discutir jogadores mas o problema que vejo na seleção é mais amplo. O Brasil não tem um camisa 10, que articule, que busque a dinâmica do jogo, nem tem um centroavante de ofício, um homem com presença de área, o 9 mais tradicional.
Em determinado momento abdicamos na nossa característica em detrimento da organização europeia. Neste processo deixamos no caminho a formação de jogadores com a característica do camisa 10 tradicional e do camisa 9 de área.
Na formação, na base, nas escolinhas, o trabalho passou a ser mais robotizado. A intensidade do jogo e os poucos espaços existentes levaram a formação dos atletas no estilo europeu de jogar. Paralelamente os nossos jogadores seguem indo para Europa muito jovens e por tanto recebem a formação, a orientação, os conceitos táticos e a maneira de jogar europeia.
Não temos mais o meia que atue no corredor central porque todos os nossos meias são extremos, ou seja, os meias atacantes. Na Seleção, Coutinho sempre foi um extremo. Firmino é um 10 que foi adaptado para 9, como gosta o futebol europeu.
No futebol brasileiro, os principais times não tem este camisa 10. O Palmeiras, time com melhor elenco do país, tem o irregular Lucas Lima, como um meia mais característico. Mais usa, Moisés e Zé Rafael como opções. No Flamengo, Evertou Ribeiro joga pelo lado e corta para o meio. É um extremo. Diego, que reúne mais características de um meia tradicional, é avaliado como um jogador que não joga mais de maneira competitiva na Seleção. O Cruzeiro tem Thiago Neves. Seria ele um jogador para resolver o problema da Seleção? Ficou algum meia fora da convocação com potencial para resolver este problema?
O camisa 9, o homem de área também está em extinção. Quando se fala em um 9, o primeiro nome que vem a cabeça é o experiente Fred. Caberia a volta dele a Seleção? Pedro surgiu como uma opção. Chegou a ser convocado, se machucou e voltou a jogar, sem o mesmo ritmo que apresentava e sem ser testado na Seleção. Os nossos atacantes são extremos, Gabriel Jesus e Richarlisson, além de Firmino, um 10 que joga como 9.
Nosso problema é muito mais amplo que as escolhas de Tite ou das opções que temos no mercado. Nosso problema está na mudança de característica do futebol brasileiro, na formação dos nossos jogadores e nas características que os mais jovens adquirem na Europa.
LUIZ R S FILHO
Marlon…..Fato comum entre Seleção e CSA…..os Treinadores : o primeiro é de Clube (na Seleção patina) e o outro não é de Série A. Soma-se a isso a questão de que nossos jogadores cada vez mais são “formados” nos grandes Clubes para a vitrine e venda ao futebol Europeu por altas cifras. Dessa forma fica difícil termos uma Seleção que tenha a característica do nosso futebol como vc bem pontua. Ficamos na dependência de momentos de inspiração individual para tentarmos vencer Copas.
Pedro
Excelente Avaliação.
marcio
marlon bela avaliação, acredito que essa maneira de jogar vai mais da forma que o treinador ver o futebol, o tite ver desta forma,acho que encontrar estas peças no futebol brasileiro não seja tão difícil , tem o Felipe Anderson que é um meia muito bom que poderia ser testado. Acho que falta a seleção ter sua característica de jogo formada,com o 9 e 10 clássico por exemplo,pensar futebol do nosso jeito não do jeito de outros.
ivo
O futebol moleque, foi trocado pelo moleque do futebol europeu, qual o torcedor que não sente saudade de um futebol moleque?Parece-me que hoje um drible é proibido, as escolinhas de futebol vieram pra regredir a malandragem futebolística, aprende-se tática, hoje o cara tem que correr numa faixa de campo, a bola não corre mais, vão-se os jogadores , e vem-se os atletas, cabelos pintados, muitas tatuagens, salários astronômico, empresários importantes, e pouca bola. A mídia, bem, a mídia é um caso à parte, são tempos novos,precisamos nos adaptar a modernidade, pra pior, diga-se de passagem.Ora, vi grandes craques atuando, sem citar nomes, porque vi muitos, com um detalhe, todos , ou quase todos ,jogando na terrinha sem o vício europeu, e ai são cinco estrelas inquestionáveis. O que ocorre hoje à seleção? não é mais a brasileira, e sim um misto de jogadores exportados e depois importado com o vício europeu, nada contra a quem sai daqui para ganhar bem lá fora, refiro-me ao futebol apresentado atualmente, insosso,nós gostamos de copiar os gringos, para ficarmos atualizados com a globalização.Resultado? Avacalharam o futebol brasileiro.
ADEILDO SANTOS
QUERIA UMA SELEÇÃO BRASILEIRA SÓ DE JOGADORES QUE ATUAM NO BRASIL .
José A de Oliveira
Estou vendo nos jogos da Copa América que tem um problema sério, os gramados dos estádios estão um lixo, por falar nisso, nesse tempo de paralisação como está o gramado do Rei Pelé, será que estão melhorando ou acabando de destruir? durante décadas o gramado do Trapichão foi um dos melhores do Brasil, nesse governo o gramado parece um pasto.