Como dar limites as intervenções familiares na vida a dois
Desde pequeno a maioria das pessoas sonham em encontrar alguém que possa lhe fazer companhia até a velhice. A adolescência chega e os primeiros paqueras surgem, assim como os amores não correspondidos. A juventude se aproxima e com ela anéis de compromisso e promessas de futuro, mas é na vida adulta que as ilusões começam a se desfazer e a realidade ganha consistência.
Durante o namoro os casais podem se conhecer um pouco mais e encontrar afinidades que serão capazes de mantê-los unidos por um bom tempo, os capacitando a passar por tempestades, desertos, momentos de escassez e fartura. O noivado é a próxima etapa onde os olhos já se mantém na conquista do matrimonio, na compra do novo espaço para morar e na constituição da família, seja companhia de um cachorro ou na preparação para chegada de um bebezinho. Em qualquer uma dessas etapas da vida, os sonhos, expectativas e ansiedade sempre andam juntos e inseparáveis, mas pela falta de experiência e habilidade de dizer não, acabamos pedindo ajuda aos nossos familiares e amigos, os quais se sentem no compromisso de nos ajudar, e claro, interferir em nossas escolhas e preferências.
Mas até ai tudo bem, o problema se instala quando os papais e a mamães não permitem com que seus filhos saiam debaixo de suas asas, assumindo um papel de vigilante, segurança e detentores de todo conhecimento da existência da vida humana. Vamos clarear essa ideia com algumas situações: Ex 1: Quando a mãe não aceita a escolha que o filho fez pela esposa atual e a todo tempo tenta afastá-lo dela. Ex 2: Quando o pai não compreende que sua filha escolheu um parceiro de outra profissão, classe social e quem sabe até de outra etnia. Ex 3: Quando os pais não aceitam que seu filho ou filha saiam de casa para morar em outro lugar por acreditarem que o único lugar seguro que existe na terra é ao lado deles.
Alguns casais entendem o movimento de seus pais e já se organizam para estabelecer seus limites e fortalecer o motivo de suas escolhas, mesmo que isso custe o descontentamento de seus genitores, mas existem aqueles que tem dificuldade em dizer não, seja pelo medo de desagradar, pelo receio de perder benefícios e até mesmo de afastar-se do que acreditam ser realmente seguro.
Não podemos desconsiderar o cuidado dos pais, que são repletos de experiências, ensinamentos, conselhos valiosos e dicas imprescindíveis, eles merecem respeito, consideração e atenção, assim como limites e equilíbrio. É importante que após identificar essa alta interferência na vida a dois o casal possa conversar a respeito dos incômodos e estabelecer combinados, quando irão abrir concessões, quando as visitas serão liberadas e quando as presenças serão desejadas e aguardadas.
Não há nada mais desagradável do que uma visita de surpresa que chega para passar quase um dia inteiro em nossa casa. Estabelecer limites é uma oportunidade de dizer ao outro como gostamos de ser tratados e orientá-lo como se comportar diante da minha nova fase de vida. Alguns estranhamentos podem surgir, mas é natural em toda fase de adaptação, fique firme.
Vale também explicar aos pais as novas regras, para que assim eles possam compreender que sua cria cresceu e de fato pode andar sozinho. Essa decisão será compreendida diante da sua segurança, firmeza e objetividade em falar o que deseja daqui para frente. Pode ser que eles levem um tempo para compreender ou quem sabe uma vida inteira, mas o que não podemos permitir é estarmos desconfortáveis na presença do outro pelo simples fato de não querermos promover algum descontentamento.
Familiares são sempre bem-vindos, ao passo que suas presenças são desejadas. Esteja atento ao novo movimento do seu relacionamento e juntos, encontrem a melhor maneira de respeitarem suas vontades e nova fase. Caprichem!
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Adriele Coêlho
De forma geral, RELACIONAMENTO INTERPESSOAL exige muito jogo de cintura mesmo em todos os grupos sociais (família, trabalho…) e por toda a vida!!
Como o ser humano é um ser sociável, ele precisa procurar constantemente se adaptar ao convívio de outras pessoas.
vitorluz
Isso mesmo, quanto maior for nossa habilidade de adaptação, maiores serão nossas chances de vivermos uma vida plena.
Adriele Coêlho
Afinal de contas, desde a pré-história, a seleção natural (capacidade de adaptação ao ambiente) determina quem sobrevive ao longo dos anos.