A manifestação da deputada Jó Pereira, ontem na Assembleia, parece em tudo genuína: de fato, ela – e praticamente só ela – não foi avisada da visita de Luciano Barbosa na semana passada.

E isso não aconteceu por acaso, eis a razão do seu protesto.

Há entre os deputados governistas e palacianos uma queixa persistente em relação ao comportamento da parlamentar. Que é do MDB, irmã de um secretário e oscila “entre ser governo e oposição”, de acordo com os seus pares.

Dizem ainda: ela tem mais na máquina estadual do que outros parlamentares da bancada de situação. Pode ser um exagero, mais é inegável que a família dela – Pereira – tem uma secretaria para chamar de sua. O que é raro entre os deputados estaduais.

Não é segredo para ninguém que o primeiro-tio, Olavo Calheiros, não admite esta posição de “dubiedade” como ele trata.

Jó Pereira é atuante e preparada, mas sabe que quem comanda o clã é o irmão Joãozinho Pereira, prefeito de Teotônio Vilela, o que dificulta sua “independência”.

Quanto a Luciano Barbosa, ele foi a Assembleia quando a Casa já estava serenada por Fábio Farias, o bom de conversa do governo Renan Filho (e sem Jó Pereira).

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  • Há Lagoas

    Pobre deputada e seu dilema shakespeariano “Ser ou não ser, eis a questão”.
    Uma dica: não fique em cima do muro, esqueça o teatro e procure ser mais pragmática, leia “O Príncipe” de Maquiavel.

  • JEu

    A deputada precisa usar da coragem que teve o personagem bíblico de igual nome: o profeta Jó… tem que decidir o que quer e qual o caminho trilhar, sem se preocupar com consequências passageiras nesta vida… ou então vai continuar como está: sem qualquer identidade… a não ser aquela expedida pela SSP…

  • Carlos

    Tem que ter coragem e se necessário sem nenhum cargo barca furada no governo do desnaturado governador Renan Filho. Se tiver coragem de romper com esse modelo do coronelismo perverso do atual governo pode chegar ao Palácio república os Palmares,que um estilo diferente de outro pretendente “dono da região sul”,outro coronel felpudo que é filho do ex-deputado João Beltrão.

  • Cidadão

    Na minha humilde opinião, essa condição da deputada é bem cômodo, come votos dos dois lados, tanto de quem é governo, quanto de quem é anti governo, simples assim, ela é uma boa atriz.

  • Williams Roger

    Ela tem sim identidade política. O, porém, é que o Calígula/govern-a-dor, exige que, para ser liberado as coisas, os outros políticos se filiem, obrigatoriamente, no partido do golpe, o dele. Infelizmente é assim!
    Mas essa deputada irá se auto-alforriar desse governo déspota.
    Que, escreva o que eu digo, só ganha do Collor se, realmente as urnas forem fraudadas. Pous o Calígula não têm votos nos interiores e muito menos na capital. E os servidores públicos estão “P” da vida com ele.
    Por fim, essa deputada dava uma excelente vice-governadora. E quiçá uma governadora. Mas fora do mdb.