A situação mais difícil para um voluntário do CVV é quando ele atende uma ligação (do número 188) de “um suicídio em andamento”.

É o que nos conta a médica, ex-reitora da UFAL e voluntária do CVV Delza Gitaí.

– Quem estiver atendendo a pessoa do outro lado da linha, que diz o está na iminência de realizar, não pode abandonar o posto até concluir a conversa. O que pode durar algumas horas, e o voluntário permanece no plantão até que o atendimento seja encerrado. Mas sempre vale a pena.

A conversa com a professora Delza Gitaí – no Ricardo Mota Entrevista de domingo último – pode ser vista pelos leitores do TNH1.

Ela reafirma: a melhor forma de prevenir o suicídio é conversar sobre o tema, “como foi feito em relação à Aids, por exemplo. Foi falando sobre o problema que ótimas soluções foram surgindo”.

Em tempo:

São 800 mil suicídios/ano em todo o mundo. Mais do que o número de homicídios – 650 mil.

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  • Há Lagoas

    “A esperança é uma necessidade para a vida normal e a principal arma contra o impulso de suicídio.”
    KARL AUGUSTUS MENNINGER

  • Maria

    Poucos são os jornalistas como você Ricardo Mota que usa o seu instrumento de trabalho para desempenhar da melhor forma o seu papel na sociedade. Que tal darmos a mesma intensidade que damos a política diariamente e usar as redes sociais para tirar esse assunto da sombra e consequentemente ajudar a salvar vidas? É um assunto de saúde pública.

  • JEu

    Apesar de serem estatísticas muito tristes e de lamentar, algo se destaca no contexto, muito bem enfatizado no texto: o número de suicídios é maior (no mundo todo) do que o número de homicídios… creio seja algo muito importante para investigar em suas causas para que se possa apontar possíveis tratamentos preventivos e/ou soluções… à respeito disso, li alhures:
    O SUICÍDIO E A LOUCURA
    A calma e a resignação hauridas da maneira de considerar a vida terrestre e da confiança no futuro dão ao espírito uma serenidade que é o melhor preservativo contra a loucura e o suicídio. Com efeito, é certo que a maioria dos casos de loucura
    se deve à comoção produzida pelas vicissitudes que o homem não tem a coragem de suportar. Ora, se encarando as coisas deste mundo da maneira por que o Espiritismo faz que ele as considere, o homem recebe com indiferença, mesmo com alegria, os reveses e as decepções que o houveram desesperado noutras circunstâncias, evidente se torna que essa força, que o coloca acima dos acontecimentos, lhe preserva de abalos a razão, os quais, se não fora isso, a conturbariam.
    O mesmo ocorre com o suicídio. Postos de lado os que se dão em estado de embriaguez e de loucura, aos quais se pode chamar de inconscientes, é incontestável que tem ele sempre por causa um descontentamento, quaisquer que sejam os
    motivos particulares que se lhe apontem. Ora, aquele que está certo de que só é desventurado por um dia e que melhores serão os dias que hão de vir, enche-se facilmente de paciência. Só se desespera quando nenhum termo divisa para os seus
    sofrimentos. E que é a vida humana, com relação à eternidade, senão bem menos que um dia? Mas, para o que não crê na eternidade e julga que com a vida tudo se acaba, se os infortúnios e as aflições o acabrunham, unicamente na morte vê uma solução para as suas amarguras. Nada esperando, acha muito natural, muito lógico mesmo, abreviar pelo suicídio as suas misérias.
    A incredulidade, a simples dúvida sobre o futuro, as idéias materialistas, numa palavra, são os maiores incitantes ao suicídio; ocasionam a covardia moral. Quando homens de ciência, apoiados na autoridade do seu saber, se esforçam por provar aos que os ouvem ou lêem que estes nada têm a esperar depois da morte, não estão de fato levando-os
    a deduzir que, se são desgraçados, coisa melhor não lhes resta senão se matarem? Que lhes poderiam dizer para desviá-los
    dessa conseqüência? Que compensação lhes podem oferecer? Que esperança lhes podem dar? Nenhuma, a não
    ser o nada. Daí se deve concluir que, se o nada é o único remédio heróico, a única perspectiva, mais vale buscá-lo
    imediatamente e não mais tarde, para sofrer por menos tempo.
    A propagação das doutrinas materialistas é, pois, o veneno que inocula a idéia do suicídio na maioria dos que se suicidam, e os que se constituem apóstolos de semelhantes doutrinas assumem tremenda responsabilidade. Com o Espiritismo,
    tornada impossível a dúvida, muda o aspecto da vida. O crente sabe que a existência se prolonga indefinidamente para lá do túmulo, mas em condições muito diversas; donde a paciência e a resignação que o afastam muito naturalmente de pensar no suicídio; donde, em suma, a coragem moral.
    O Espiritismo ainda produz, sob esse aspecto, outro resultado igualmente positivo e talvez mais decisivo. Apresenta-nos
    os próprios suicidas a informar-nos da situação desgraçada em que se encontram e a provar que ninguém viola
    impunemente a lei de Deus, que proíbe ao homem encurtar a sua vida. Entre os suicidas, alguns há cujos sofrimentos, nem por serem temporários e não eternos, não são menos terríveis e de natureza a fazer refletir os que porventura pensam em daqui sair, antes que Deus o haja ordenado. O espírita tem, assim, vários motivos a contrapor à idéia do suicídio: a certeza de uma vida futura, em que, sabe-o ele, será tanto mais ditoso, quanto mais inditoso e resignado haja sido na Terra: a certeza de que, abreviando seus dias, chega, precisamente, a resultado oposto ao que esperava; que se liberta de um mal, para incorrer num mal pior, mais longo e mais terrível; que se engana, imaginando que, com o matar-se, vai mais depressa para o céu; que o suicídio é um obstáculo a que no outro mundo ele se reúna aos que foram objeto de suas afeições e aos quais esperava encontrar; donde a conseqüência de que o suicídio, só lhe trazendo decepções, é contrário aos seus próprios interesses. Por isso mesmo, considerável já é o número dos que têm sido, pelo Espiritismo, obstados de suicidar-se,
    podendo daí concluir-se que, quando todos os homens forem espíritas, deixará de haver suicídios conscientes. Comparando-se, então, os resultados que as doutrinas materialistas produzem com os que decorrem da Doutrina Espírita,
    somente do ponto de vista do suicídio, forçoso será reconhecer que, enquanto a lógica das primeiras a ele conduz, a da outra o evita, fato que a experiência confirma. (O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO).