Vera Ferreira, jornalista, carrega uma herança que poderia ser um fardo para a maioria de nós, pessoas comuns. Só que ela tratou de transformá-lo em motivo de orgulho.

Mas não foi fácil. A neta de Lampião e de Maria Bonita sofreu muito com o preconceito, na sua infância e na juventude.

Só na idade adulta, ainda jovem, é verdade, ela se encheu de brios e de orgulho por ser descendente do Rei do Cangaço.

É um pouco do que ela conta na longa e ótima conversa que tivemos no Ricardo Mota Entrevista desta semana.

Depois de lançar um belo livro sobre sua avó – Bonita Maria do Capitão -, Vera Ferreira vem percorrendo o Brasil para mostrar que toda história tem sempre mais de um lado – inclusive a de Lampião.

Ela fala sobre o papel que a avó teve no cangaço, na condição de pioneira, na “relação de amor” entre o Capitão Virgulino Ferreira e sua Maria Gomes de Oliveira, e não deixa por menos: não há uma explicação única e simplista para o fenômeno sociológico e histórico do cangaço.

Aliás, no próximo dia 28, na Grota do Angico (Sergipe), será realizada mais uma Missa do Cangaço, evento aberto e que atrai gente do mundo inteiro.

Vera Ferreira fala com firmeza e paixão, sentimento de que não se desfaz e que parece ser a própria razão da sua existência.

É conferir.

Ricardo Mota Entrevista

Domingo, às 10h30, na TV Pajuçara

Convidada: Vera Ferreira, jornalista, escritora e neta de Lampião e Maria Bonita

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Eleição à prefeitura de Maceió já tem uma certeza e uma enorme dúvida
  • Maria

    Não perco nenuhuma das suas entrevistas Ricardo Mota.

  • Marcondes

    É bonito ver o amor dessa senhora por sua história, por sua ascendência, mas não concordo em exaltarmos criminosos. Falo com respeito não com preconceito, é esse tipo de mentalidade que faz o povo ser induzido a abraçar Barrabás e rejeitar Jesus. Termino essas palavras citando o texto bíblico do profeta Isaías Capítulo 5 Verso 20.
    ”Ai daqueles que ao mal chamam bem, e ao bem, mal, que mudam as trevas em luz e a luz em trevas, que tornam doce o que é amargo, e amargo o que é doce!”

  • Sergio

    Concordo com o comentário do Marcondes. De fato, é preciso respeitar o sentimento familiar e de afeto entre netos e avós. Todavia, não dá prá “romantizar” a história a ponto de colocar o lado pai/avô de Lampião acima do lado mais obscuro e perverso de sua personalidade.

  • sertanejo cagota

    Não sei pq teimam em chamar de he´róis pessoas como Lampião, Che Guevara, Lula, …

  • Walker

    Tive o prazer de conhecê-la em Brasília, em 1985, por amiga de minha ex cunhada. Pessoa espetacular. Um abração.

  • Antonio Carlos de Almeida Barbosa

    Entendo que a jornalista, no seu livro, relate a história de vida de lampião e Maria Bonita, seus avós. Com tal atitude, a jornalista faz uma terapia, um tratamento Psicanalítico, através do livro, dizendo que era neta do casal de bandidos. Não entendo o orgulho dela e acho perigoso o enaltecimento de criminosos, bandidos, como seus avós foram. Vou relatar a passagem dos meus avós paternos, como vítimas do casal bandido, avós da orgulhosa jornalista. Meus avós tinham lojas de tecidos em Arapiraca, Lagoa da Canos e Jirau do Ponciano. Foi anunciada a chegada dos criminosos cangaceiros na região, com o bandido Lampião e seu bando. Meus avós e família que moravam em Lagoa da Canoa, foram para Arapiraca. Os avós da jornalista, invadiram Lagoa da Canoa e Jirau do Ponciano, e saquearam tudo todos os estabelecimentos comercias das duas cidades/povoado, levaram a maior parte do saque e entregando como troféu uma pequena parte ao povo. Eram ladrões e praticavam homicídios. Não entendo o orgulho da jornalista.

  • Antonio Carlos de Almeida Barbosa

    Em tempo: meus avós perderam os estoques que tinham nas lojas de Lagoa da Canoa e Jirau do Ponciano, não ficou nada de tecido. Como igualmente todos os outros comerciantes foram saqueados. Não perderam a vida, ou no mínimo seriam humilhados pelos bandidos, avós da jornalista, pois fugiram. Ficaram para eles os danos materiais e psicológicos.
    No belo filme “La Última Notícia” no final, anota “a única maneira de a história não se repetir, é mantê-la viva” Galeano.
    Retratando a realidade, nada mais.

  • João carregosa freire

    Boa tarde a todos.
    Acompanhando os diversos comentarios a respeito de Vera Ferreira Nunes venho abaixo deicar o meu parecer. Na época do cangaço tive diversos parentes que foram molestados pelo grupo de Curisco, outros pelo grupo de Angelo Roque e tambem pelo grupo de Lampião. Primeiro.Meus parentes estavam na hora no lugar errado.
    Segundo. Pior que os cangaceiros de Lampião eram os cangaceiros do governo, que praticavam coisas piores e com a conivencia dos governos.
    Dona Vera deve ser tratada assim.
    Ilma.Princesa.Cangaceira. Senhora Vera Ferreira Nunes mui digna neta do Ilmo.Sr.Capitão.Rei do Cangaço. Virgulino Ferreira . tenho dito