Sempre que me deparo com essas indagações, entro em um universo tão comum das dúvidas como em quaisquer outras incertezas que nos cercam diariamente: “Como será meu futuro?”; “Qual o motivo de tanta desconfiança nos outros?; “Por que tenho alegria e raiva?”; Sou orgulhoso?”; As pessoas, realmente, confiam em mim?; “A rotina faz bem?”; “Sou alienado?”; “Consigo agradar a todos?”; “Por que ainda não mudei minhas atitudes?”; Por que não fiz aquela escolha no passado?”. Chega! Não dá para continuar com tantas anfibologias, assim, entraria pelas estradas dos equívocos pessoais não prioritários neste texto. Deixemos as queixas para outra ocasião, se houver, porque não sabemos se chegaremos a ela.

A crença está intimamente relacionada ao conhecimento. Sim, à ciência, a ela mesma, tão pecaminosa quando usada para decifrar a espiritualidade. Sempre que recorremos a esse expediente, estamos sujeitos a toda espécie de contrariedades teóricas. Por isso mesmo, não me aventuro em discutir isso nos termos dos estudiosos, até porque sou apenas plateia daquela que é a mais rixosa das ciências: a epistemologia. Não. Sinceramente, não me arrisco. Mas busco, como qualquer um, respostas para tantas inquisições pessoais.

Com isso, ganha força meu atrevimento em entrar numa seara tão instigante: Deus. Seria natural não temê-la, se a materialização da alma não fosse tão intensa como hoje.

Ora, não há razão para distanciarmos a crença da ciência, pois as duas estão no mesmo plano de ação: a probabilidade. São os eventos possíveis de interesses que definem nosso grau de credulidade, seja no que é palpável ou naquilo que é místico, os dois correm para o mesmo oceano de desfecho dado a uma improvável resposta. Então, crença e conhecimento se nivelam? Sim, sem guardar proporções.

David Howie nos explica Quando um meteorologista prevê chuva para amanhã, com uma probabilidade de 12%, ele não está se referindo a uma sequência de dias futuros. Ele está preocupado em fazer uma previsão confiável (…), o meteorologista está expressando sua confiança que vai chover (…)”. O que acontece com o átomo, essa “porção constituinte mínima e indivisível de toda a matéria”? A história de sua descoberta nos remete ao campo das probabilidades, ou seja, das crenças. Na Grécia antiga, Leucipo e Demócrito “achavam” interessante essa ideia sobre o átomo, como se a ciência transformasse probabilidades em descobertas. E sempre foi assim nas grandes teorias científicas. Einstein revolucionou as bases da Física alterando “conceitos” do tempo e do espaço. Continuava preso à crença. Foram os referenciais que transformaram sua Teoria da Relatividade Restrita e Geral na mais importante do século XX.

Onde entra Deus, então, nesse circunlóquio?

Vejo-O com a mesma força da crença científica, com o mesmo nível usado pelas teorias do conhecimento: a confiança nas probabilidades. Por que confiar cegamente em tantas ideias, se nasceram da subjetividade, da espiritualidade, sem a comprovação material da qual reclamamos para responder infinitas indagações? O enigma de “acreditar em Deus” está não exatamente no misticismo natural, mas no medo. Gostamos muito mais da fúria do imediatismo, da rapidez com que as teorias, mesmo improváveis, ganham a mente e a alma dos homens do que da consistência material que elas nos trazem. Temos medo de dizer “eu acredito em Deus” porque isso exige mais do que coragem em tempos tão modernos. Essa escolha ordena que nos distanciemos do mundo visível das respostas, o que nos leva, inutilmente, a buscar explicações para os enigmas, tão creditados à dinâmica da mente, às justaposições dos acontecimentos, aos acasos, nunca àquele que criou a inteligência para assegurar o mais precioso dos valores humanos: a liberdade, inclusive a de se decidir em abandoná-lO.

Não há acanhamento em acreditar em Deus, basta imitar os gênios. Eles mostraram que o ser humano seria completo se fosse constituído de fé. Não fomos nós quem criamos Deus. Se assim o fosse, o que seria da ciência, com a sua ineficiente capacidade de dar resposta a tudo?

A maravilhosa disposição e harmonia do universo só pode ter tido origem segundo o plano de um Ser que tudo sabe e tudo pode. Isso fica sendo a minha última e mais elevada descoberta.” (Isaac Newton).

Que inspiração teria o cientista inglês, autor da lei da gravitação universal, sem Deus? Certamente não conseguiria acreditar em suas próprias probabilidades.

                                                                                                                                                                                                                  Osvaldo Epifanio (Pife)

 

 

"Secretário de Agricultura ainda não foi escolhido e será do setor"
As semelhanças do secretariado de Renan Filho com o ministério de Dilma
  • Há Lagoas

    Meu Caro Amigo,
    A grande sacada disto tudo é o livre arbítrio, você é livre para escolher!
    Mas lembre-se: escolha e consequência, não existe a minima possibilidade de você fugir disso. E o mais interessante é que Deus – Onisciente, Onipresente e Onipotente – respeitará e lhe retribuirá sua decisão!
    Quanto ao conhecimento, eu prefiro o termo sabedoria, pois a mesma mora com os simples.
    Feliz Natal!

  • Luis Belo

    Querido Amigo Osvaldo. Seus textos são um presente de Deus. Um grande abraço e Feliz Natal.
    Belo.

  • JEu

    Que maravilha de texto para o dia do Natal. O mais interessante é a forma descontraída como aborda o problema da fé… das dúvidas… das questões maiores da vida: ser ou não ser…. eis a questão… como já disse um admirável filósofo escritor… No entanto, existimos; o universo existe… se o big bang existiu um dia, pergunto: que ou quem deu orígem ao mesmo? Para mim, que ou quem fez isso, esse só pode ser algo ou um ser Todo Poderoso e possuidor de uma inteligência suprema…

  • Mistério!

    A frustração de muitos cientistas é não conseguir provar o óbvio!
    E nunca conseguirão.
    Derradeiramente, só resta aceitar, uma vez que já admitem a crença num ser superior, onipotente, onipresente e universalizado.

    A fé é o segredo que só pode existir, ser praticada e exteriorizada em cada um de nós!
    Penem nisso!

  • Antonio @@

    Quando criança, escutei muito: cuidado com o “papa figo”!
    Mesmo com cada descoberta de burraco escuro onde a ciência leva a luz para o bem da humanidade( em todos os sentidos), ainda hoje, muita gente adulta vive morrendo de medo de um tal inimigo. Até nos meios de comunicação é comum escutar : o inimigo é assim e assado.
    Acho que o homem pode expressar sua fé/crença sujando o meio ambiente, desde que pague uma multa para prefeitura.

  • Maria Selma Guimarães Medeiros

    Meu Colega Ricardo. Acontece que o nosso tempo é bastante curto aqui na terra, não vale a pena se cobrar tanto. Pois a verdadeira resposta é bastante clara: Queira sempre o bem de todos, ame sempre. O resto jesus cuida, isso sim se você acreditar no nosso pai divino. Amém.

  • Antonio

    Somos uns IGNAROS. PQP pra humanidade!!!

  • alvenan santos

    Amigo Osvaldo, como já de costume faz uma reflexão bastante leve, clara e oportuna do período natalino.Parabéns pelo belíssimo texto e tenho muito orgulho de ter sua amizade.

  • Antonio

    É controverso, parece partir do principio que somos PÍFIOS e , um dia , com certeza, vamos PIFAR! O que nos iguala. COMUNISMO? Dos BONS!!!

  • silvio leite borges

    Se Somos tão pequeno diante da grandeza e perfeição do Universo, é porque existe um ser superior a tudo isso, que é nosso DEUS. por isso que é muito importante nesse curto período de vida, procuramos fazer sempre o bem ao próximo em todos sentidos.
    .

  • J.Monteiro

    É simples assim. Se eu consigo crer, “tudo é possível ao que crer”, e essa crença se robustece, quando eu consigo crer, em um Ser que é Maior e mais Poderoso do que eu. ESSE É O DEUS EM QUEM EU CREIO. Simples assim.

  • Antônio Carlos de Almeida Barbosa

    Se Deus existe, tudo é permitido. Assim, será o Divino um grande gaiato. Omisso. Irresponsável, pois, se tudo pode, nada faz. Fica se divertindo das misérias e angústias humanas.

  • Jannúbia Lemos

    Querido Osvaldo, parabéns pelo texto, leve, claro, crítico e fidedigno ao momento atual. “O homem que nunca altera suas opiniões é como água parada: gera répteis na sua mente.”