O “cavalo paraguaio” é uma criação autenticamente nacional. A nossa manifestação de deslavada xenofobia em relação um dos povos mais pobres das Américas. Viventes de um país cuja economia – e população – nós ajudamos e muito a destruir.

Esta semana, no entanto, eis que os paraguaios – que carregam tantos traços das populações autóctones – nos deram uma belíssima lição política, de coragem e persistência.

Assim como aqui, também há corruptos no Paraguai – nos governos e nas casas legislativas. Eis que um senador, Victor Borgado, foi flagrado com a mão na massa.

Assim como aqui, a população local se mobilizou pelas redes sociais pedindo a cassação da imunidade parlamentar de Borgado, que havia “contratado” como funcionária do Congresso local e da Itaipu – a banda de lá – a babá de um filho dele.

Simples assim, do mesmo jeito que se faz aqui.

Agora começam as diferenças.

Centenas de restaurantes, bares, cinemas lojas e até postos de combustíveis deram início e levaram adiante uma campanha de boicote: proibiram a entrada nos estabelecimentos e o atendimento a 23 senadores – os que haviam votado contra a cassação da imunidade do senador “babático”.

Deu resultado: ele teve sua imunidade cassada e vai ser processado como qualquer cidadão comum.

Cavalo paraguaio é?

Sei…

Parece haver coisas muito mais falsificadas no nosso território do que os produtos de má qualidade que importamos do país vizinho.

Legítimas, sim, são a altivez e a indignação do povo paraguaio.

Que tal copiarmos legitimamente esses inestimáveis bens?

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  • Reinaldo OLiveira

    Uma lição que precisa ser imitada urgentemente aqui em Alagoas. Infelizmente só temos essas espécies de políticos em nossa terra. Deveria a sociedade Alagoana boicotar a maioria esmagadora de deputados federais e estaduais e a maioria dos prefeitos e vereadores, pois enquanto os paraguaios descobriram um escândalo – aqui é um atrás do outro. Por isso povo alagoano diga não a compra de votos e vamos retirar pela força do voto a maioria deles! Viva a Alagoas!

  • Armene Wartanian

    Prezado Ricardo,se a moda pega por aqui,nossos politicos terão de contratar cozinheiras particulares,tomara que não seja com nosso dinheiro.

  • Junior Gama

    Prezado Ricardo,

    Realmente um belo exemplo que a população poderia fazer. Infelizmente aqui em nosso país e principalmente o nosso estado, os bares e restaurantes que os políticos (corruptos) frequentam são “apadrinhados” pelos donos das casas, ai é dificil, talvez seja mais fácil eles barrarem a população e deixar os deputados entrarem, infelizmente. Nossa chance de mudar é no voto !! nossa única arma, que na maioria das vezes usamos apontada para nossa própria cabeça.

  • JEu

    O povo (principalmente o mais jovem) já aprendeu como fazer manifestações públicas (em maio, junho e julho deste ano tivemos exemplos disso), porém esperar pelos empresários (que normalmente tiram vantagens da situação política no Brasil) é esperar muito… (o sonegômetro está aí para comprovar essa assertiva)… Nossa única chance é pela conscientização do povo para votar correto e escolher os verdadeiros representantes da população… Que venha 2014…

  • marcelo

    Por aqui, eles são tratados como excelência e beijados os seus pés principalmente pelo radialista FRANÇA MOURA o maior puxa-saco do estado!

  • Paulo Rostner de Olivença

    Caro Ricardo Mota, mais uma vez, perfeito nas suas colocações! – O povo brasileiro costuma se preocupar e valorizar as coisas que vêm de fora do país, e de criticar os erros dos outros, e aí se esquece de olhar para o próprio umbigo.
    A expressão “cavalo paraguaio” criada por nós brasileiros caiu como uma luva para definir o que ocorreu após as manifestações de rua do passe livre e etc, ou seja, iniciamos um movimento anti-corrupção, e logo depois tivemos o mandato de um deputado-presidiário mantido(caso Natan Donadon) pelos seus colegas parlamentares.
    Então, a expressão “cavalo paraguaio” se aplica perfeitamente ao povo brasileiro que inicia, mas que nunca consegue atingir os seus objetivos de fato.
    UM VIVA AO POVO PARAGUAIO!

  • Silva

    Parabéns a ti Ricardo e parabéns ao povo paraguaio isto deveria ser um ato normal sem especulação,mas estamos elogiando um ato porque as cenas vistas dos preso do mensalão entrando no avião presos sorrindo acenando de maneira debochada para os brasileiros q se acham tão superior aquele povo,foi uma babá,já pensou se rouba a verba de merenda de crianças no interior onde o falta alimento ,e vermos q querem prisão domiciliar e trabalhar num hotel com vencimentos de 20 mil reais,isto como disse Pero Vaz Caminha era o paraíso,não imaginava ele q seria da corrupção.q Deus nos proteja nos d vergonha bons homens desta terra.

  • Herval Neto

    É engraçado – para não dizer cômico – como o Ricardo Mota, defende o fim da imunidade parlamentar. Acha que isso apenas serve para blindá-los deles mesmos. Penso diferente. Não consigo imaginar um Estado Democrático de Direito, com um parlamento atuante e destemido sem que os integrantes gozem do foro por prerrogativa de função. Um Marcos Feliciano, por exemplo, infelizmente – para mim – é um deputado que está no legítimo exercício de seu mandato, representando a milhares de eleitores que o colocaram lá e acreditam que ele tem razão em suas convicções. Ora, sem a imunidade, Feliciano já estaria processado por diversos crimes, sem a chance então, de defender verdadeiramente os interesses daqueles que o elegeram. Vale lembrar, que a prerrogativa é da FUNÇÃO, não do indivíduo, sendo assim alguns deputados só as tem porque nós assim quisemos.

  • Vagner

    Enquanto nosso povo não aprender a votar corretamente, seremos sempre uma espécie de ” whisk paraguaio”, os alagoanos são doutrinados pelos “políticos” a acharem que nada presta e baixarem a cabeça para tudo, políticos que estão a décadas e muitos centenários por meio de suas famílias, o que temos que fazer é parar de dar tapinhas nas costas, ter vergonha na cara, parar de reclamar, parar de votar em políticos que como falei estão a décadas e não fizeram nada, o que tem que mudar são os eleitores e não os políticos, pq esses não vão mudar nunca.

  • Delano Sobral Rolim

    Aqui na terra dos marechais é diferente. Todos sabem que a academia na orla foi adquirida com recursos comprovados na operação RODOLEIRO. Continua cheia de praticantes e desfilantes da alta sociedade alagoana que frequentam referida academia como ostentação de status da “sociedade tupiniquim”…. Triste realidade….Se copiássemos o exemplo paraguaio…

  • Márcio

    Aqui no Brasil, particularmente em Alagoas, político corrupto e assassino é tratado como celebridade. São defendidos pela população e ovacionados publicamente. Uma verdadeira vergonha! Mas cá entre nós, se assim acontece é porque de fato, representam a sociedade que os elegeu…