Nessa segunda-feira (18), o caso de uma empresária espancada por quatro horas por um homem que conheceu na internet chocou o país e pôs novamente em pauta os riscos que envolvem os sites e aplicativos de relacionamento. Eles realmente “abrem portas” para situações como esta?

Saiba minimizar os riscos ao usar apps de paquera (Foto: Reprodução/BBC)

A resposta mais curta é: não. Imagine que a empresária não tivesse conhecido o agressor pela web (e trocado mensagens com ele durante oito meses), isso mudaria alguma coisa? Dificilmente, não é? A situação poderia ter sido a mesma caso eles nunca tivessem se falado antes – e vale lembrar que aquele foi o primeiro encontro dos dois.

Os apps de relacionamentos online servem para, entre outras coisas, ajudar pessoas que têm dificuldade em dar o primeiro passo na paquera, mas com ou sem eles, todo mundo corre o risco de cruzar o caminho de alguém mal intencionado. Culpar os aplicativos é minimizar o problema de fato, que é a violência desenfreada dos dias de hoje, especialmente contra mulheres.

No entanto, se não dá pra garantir 100% de segurança ao tentar arrumar um “crush” na rede, o que todos que estão dispostos a usar os apps devem saber é o funcionamento deles (pelo menos dos mais utilizados), e como aproveitá-los da forma menos arriscada possível. Confira:

Muito cuidado antes e depois do match! (Foto: Reprodução/Popsci)

Tinder: um dos apps mais populares do mundo, o Tinder utiliza seus dados do Facebook para encontrar e mostrar possíveis pretendentes. Se der “match” (os dois usuários curtem seus respectivos perfis), ele providencia a conversa entres os interessados (iOS | Android)

Happn: o diferencial aqui é mostrar pessoas que cruzaram seu caminho na vida real. Isso mesmo, o app mostra pessoas por quem você passou durante o dia, e rolar um like mútuo, ele cria um chat entre vocês, aí é só xavecar (iOS | Android)

Bumble: aqui quem tem a vantagem são as mulheres! Depois que rolam likes em comum, só elas podem iniciar a conversa. Caso isso não ocorra, o “match” é desfeito. Mas se for um casal homossexual, qualquer um dos(as) dois/duas pode dar o primeiro passo (iOS | Android)

Encontre o app que atende às suas necessidades (Foto: Reprodução/Top E Buzz)

Grindr, Scruff, Hornet: voltado para homens gays, bi e trans, estes apps seguem o funcionamento “padrão Tinder”, cruzando dados e gostos de seus perfis em redes sociais com possíveis crushes, iniciando um bate papo entre o casal em seguida (Grindr: iOS | Android; Scruff: iOS | Android; Hornet: iOS | Android)

Wapa: mais um app com foco exclusivamente nas mulheres, desta vez para as lésbicas, bi e trans. Assim como a maioria, o Wapa mostra com quais candidatos você supostamente teria mais chance de “dar certo” (iOS | Android)

Feeld: se dois é pouco, porque não testar um amor à três? Antes conhecido como 3nder, o Feeld é voltado para trios, e permite o cadastro individual ou de casais heteros ou homossexuais, mas com um perfil de interesses único (iOS | Android)

CarnaCrush: vai curtir o carnaval no Rio ou em São Paulo? Pois saiba que tem app pra encontrar um love nos blocos de rua! O CarnaCrush é um recurso dentro do app CarnaBlocos, e serve pra quem já quer dar “match” antes mesmo do frevo começar (iOS | Android)

Proteja seus dados e sua integridade de pessoas mal intencionadas (Foto: Reprodução/Techspot)

Dicas de segurança

Já escolheu qual app vai usar? Então que tal conferir algumas dicas de como tentar preservar sua privacidade, sua integridade física e, claro, seu prazer?

Cuidado com os dados: apesar de ajudar o app na hora de escolher seus pretendentes, vincular seu perfil no Facebook, Instagram ou em qualquer outra rede social pode fornecer informações demais sobre você, incluindo seu local de trabalho/estudo ou suas rotinas, o que pode ser uma dor de cabeça terrível no caso de um encontro com um “stalker”. Até mesmo uma foto pode revelar muito sobre você;

Não informe seu telefone: depois do “match” e das primeiras conversas, você e o crush vão querer trocar mensagens pelo WhatsApp. Resista, pelo menos no início. Por mais que seja mais “confortável”, isso implica em dar o número do seu telefone para uma pessoa que provavelmente você (ainda) não conhece bem. Lembre-se: se o relacionamento não der certo, a outra pessoa não vai poder te incomodar a qualquer hora do dia;

Não dê abertura para a ação de assediadores e stalkers (Foto: Reprodução/Canal Ciências Criminais)

Desligue os serviços de localização: a maioria dos apps de relacionamento utiliza sua geolocalização para mostrar pretendentes que estão mais perto. Se for necessário, configure o app (e/ou seu telefone) para utilizar essa informação apenas quando for necessário. Saiu do aplicativo? Desligue o recurso;

Escolha um lugar seguro: enquanto você não conhece bem a pessoa com quem você vai sair, uma regra de ouro é não ir para lugares desconhecidos ou “desertos”. Opte por bares e baladas que você já conhece, e sabe como chegar e como sair com facilidade e segurança;

Crie uma “rede de segurança”: é sempre bom deixar um amigo ou um parente informado sobre seu “crush” em potencial. Não precisa contar tudo, apenas o suficiente para os casos em que você precise de ajuda. Nos casos de primeiros encontros, vale a pena deixar alguém sabendo para onde você vai e com quem, e também pedir pra te ligar certa hora, só pra conferir se tá tudo bem;

Apague sua conta nos apps: depois que você encontra seu par perfeito e inicia um relacionamento sério, não há mais motivos para utilizar os aplicativos de paquera, certo? Mas não basta só desinstalá-los, é recomendado que você apague seus perfis nos serviços, pelo menos enquanto não for usá-los novamente. Dá trabalho, mas é melhor do que deixar seus dados disponíveis por aí.


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