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O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, fala durante o Seminário Futuro da Matriz Veicular no Brasil, no Rio de Janeiro. Foto: Agência Brasil

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou que é irreversível a tendência de descarbonização no planeta, mas que ao contrário do restante do mundo, no Brasil os veículos 100% elétricos não são os mais viáveis.

Segundo o ministro, embora a tecnologia de eletrificação das plataformas veiculares pareça um caminho sem volta, a modernização baseada simplesmente em baterias não deve ser considerado a única trajetória a ser seguida.

Carro elétrico sendo abastecido em uma estação de recarga na Europa. Foto: Google

Ao participar do seminário O Futuro da Matriz Veicular no Brasil, Bento Albuquerque propôs que o carro elétrico seja movido também a etanol ou gás natural.O evento foi promovido pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Ele ressaltou que a adoção do veículo elétrico puro, da forma como propõem alguns países detentores desse conhecimento, ainda apresenta desafios em pesquisa e desenvolvimento para sua disponibilização em larga escala e a preços competitivos.

Ele disse que, até que se possa dispor de uma tecnologia viável, aplicável em larga escala e com menor gasto possível em infraestrutura de distribuição de energia, é preciso aplicar um recurso que leve em conta as limitações e a vocação da economia brasileira.

Segundo ministro, Brasil não tem condições de adotar exclusivamente o sistema de carros 100% elétricos

Bento Albuquerque disse que, em breve, o Brasil poderá contar com um modelo de veículo híbrido flex, usando etanol hidratado, que foi lançado no fim do ano passado. Para o ministro, com isso, o país terá em circulação o meio automotivo mais limpo do mundo. De acordo com cálculos da Associação de Engenharia Automotiva, atualmente esse modelo emite um terço das descargas de CO2 do veículo elétrico europeu, considerando o ciclo de vida do poço à roda.

O modelo citado pelo ministro é do Toyota Prius híbrido flex que está em fase de testes no Brasil. Ao contrário do Prius já comercializado, o novo poderá ser abastecido também com etanol.

Já outras três montadoras começam este ano a comercializar os primeiros veículos 100% elétricos no Brasil: Nissan, Chevrolet e Renault.

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Parcerias

De acordo com o ministro, tal desenvolvimento é fruto de parcerias da montadora com universidades federais brasileiras, o que evidencia a capacidade de inovação existente no país. A produção desse veículo demandará investimentos em torno de R$ 1 bilhão.

Associadas a esse desenvolvimento, deverão ocorrer outras iniciativas de instituições do próprio governo e de agentes do mercado que ofereçam uma matriz nacional de combustíveis mais limpa, por meio do aumento da participação dos biocombustíveis, proporcionando previsibilidade ao mercado e orientando investimentos na expansão da produção, que é prioridade do ministério.

Sobre a disponibilidade de biocombustíveis, Bento Albuquerque ressaltou que a safra 2018/2019 foi 13% superior à anterior, com o etanol hidratado apresentando participação recorde na matriz. “Entre janeiro e outubro do ano passado, subiu 51% da demanda de combustíveis para veículos flex. Ele destacou que o ministério vem buscando a implementação de medidas focadas na realidade do país.

O ministro disse ainda estar convicto da necessidade de induzir uma resposta adequada dos agentes econômicos, procurando beneficiar o consumidor, com a garantia do abastecimento e oferta de combustíveis mais baratos. Nesse sentido, ele propôs às empresas e instituições do setor o desafio de buscar outras soluções para a eletrificação das plataformas veiculares. Como exemplo, citou a viabilização econômica da célula combustível a etanol ou a gás natural.

Etanol ou gás natural

Segundo o ministro, o carro elétrico, usando etanol ou gás natural como fonte de energia, traz vantagens competitivas, por se tratar de tecnologia já em desenvolvimento por algumas montadoras. Ao conciliar a eficiência dos motores elétricos e a vocação nacional para a produção de biocombustíveis, fica solucionada a problemática associada ao tempo de recarregamento de baterias, disse ele.

Bento Albuquerque destacou que a meta é constituir a solução mais limpa para a descarbonização da matriz energética e “renunciar” a vultosos investimentos em expansão da infraestrutura de geração e distribuição de energia elétrica, por adotar os meios já existentes para disponibilizar combustíveis limpos.

“Nós temos aqui uma capacidade de inovação muito grande; temos uma infraestrutura fabulosa de 42 mil postos . Então, temos que conciliar a nossa realidade com a inovação e com esta diversidade de matriz energética que temos no país, que inclui biocombustível, gás, óleo. E por aí vai”, afirmou.

Com informações da Agência Brasil

  • David

    Uma grande conversa, a fim de não contrariar os donos de postos de combustíveis, pois desenvolver o carro 100% elétrico e a preços competitivos, atingiria em cheios o lucro dos postos de comb. que despencaria significativamente. Muitos donos de postos de comb. são da classe política! O Brasil é um país que sempre se recusará de alguma forma a sair do atraso, então sempre estará um passo atrás dos demais ditos desenvolvidos!

  • Anderson

    Impressionante o pensamento retrógrado do político brasileiro. Diferente de todos os países do planeta, o veiculo 100% elétrico não é o mais viavel no Brasil, diz o ministro. A população pelo jeito continuará sofrendo por causa do lobi empresarial, pela corrupção e por aqueles que não querem largar o osso. Melhor mudar para outro país. Solução rápida!

  • Edilson Mazurechen

    “O evento foi promovido pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).” Esse parágrafo já da pra tirar várias conclusões.
    Convido o Sr. Ministro a debater comigo, que sei muito pouco sobre Veículos Elétricos ( e não defendo nenhuma empresa/setor), mas além de mostrar o aumento da matriz enérgica da cana de açúcar, porque ele não comparou o crescimento astronômico da energia solar e eólica no Brasil? Lembrando sempre que ele deveria apresentar as fontes das informações. Seria interessante o Sr. Ministro consultar um proprietário de VE pra verificar se ele precisa da infraestrutura dita e quantas vezes na semana/mês o VE é carregado? Aproveito e convido o ministro para um debate num evento que não seja patrocinado pelas montadoras e pela ANP.

  • Joel

    Não é viável para quem?
    hibridizaçăo é mais uma tentativa de dar sobrevida ao modelo econômico atual, mas com custo de baterias em declínio, talvez não levemos mais que 02 ou 03 anos para o Veículo elétrico puro chegar o mesmo patamar de preços que veículos à combustão, os são tão curtos que não vale a pena investir num desenvolvimento de um motor híbrido Brasileiro, são muitos investimentos e muitas problemas para resolver principalmente do ponto de vista de combustíveis e emissões Brasil. Tecnicamente é muito mais rápido, limpo e barato partir para solução 100% elétrica.

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