Por que o retorno do futebol traz tantos questionamentos? – Blog do Marlon
Sem ajuda financeira, o estadual acabou
CBF envia protocolo para retorno das atividades do futebol brasileiro

A semana finalizada neste domingo trouxe uma série de discussões sobre o retorno do futebol em meio a pandemia da COVID-19. Mesmo com os planos sendo postos em diversas esferas, os questionamentos e a falta de decisão marcaram as discussões.

A entrada do Governo Federal no processo causou uma mexida na CBF e nos clubes. No entanto, apesar da intenção de encontrar um caminho, não foi tomada nenhuma solução concreta. Governo Federal, CBF, federações estaduais e clubes soltam a ideia do retorno passam para a população a ideia que ‘tudo está normal’ e o assunto se agrava.

O Ministério da Saúde, por exemplo, emitiu um parecer que não decide nada e coloca a ‘decisão’ nas mãos dos municípios, ou seja, cria um novo confronto entre Estado e munícipio. Um exemplo prático, Arapiraca poderá decretar o retorno do futebol e o Estado dizer que em Alagoas não haverá treinos ou jogos de futebol.

Na reunião com as federações e com clubes, a CBF sugere o retorno aos treinos a partir do final da férias, ou seja, 30 de abril, com os clubes podendo retornar a partir de 1º de maio. Além disto chega a sugerir a data de retorno as competições estaduais a partir de 17 de maio. Novamente, a bomba é colocada na mão das federações. Clubes pressionam as federações que buscam abrigo nos governos estaduais, que por sua vez, endurecem as medidas inviabilizando os retornos.

Além disto, os protocolos criados estão fora da realidade locais. O publicado pela CBF com uma série de itens, me arrisco a dizer, que talvez, nem CSA e CRB consigam atender todas as recomendações , imaginem, as equipes do interior.

Mas a FAF está elaborando um documento de acordo com a nossa realidade. Isso significa um afrouxamento nas medidas e portanto, um maior risco de contágio dentro do futebol? E se jogadores após testados e avaliados como negativos para COVID-19 pegarem o vírus após o exame e passarem a ser um potencial distribuidor do vírus, sem saber pois o exame deu negativo?

E se um jogador levar o vírus para casa e contaminar familiares? Os clubes tem estrutura, dinheiro para bancarem os testes? Será a FAF que bancará os testes de todo mundo? Caso um jogador se contamine, quem será responsável pelo atendimento ou até mesmo por consequências mais graves, como um óbito, por exemplo?

Não são provocações, são questionamentos que precisam ficar claros para todos, até mesmo, para que jogadores possam decidir se voltam ou não nestas condições de riscos. Todos os assuntos tratados no post, os questionamentos feitos mostram o quanto o assunto é complexo e quando a volta do futebol em meio a pandemia da COVVID-19 é algo complicado.

A Europa tem mais estrutura, mais condições e tem tomado decisões de finalizar temporadas sem o retorno das competições. Holanda e França são exemplos disto.

O assunto precisa ser debatido, esclarecido e exaustivamente procurar soluções mas sem pressão econômica, sem a pressão de retorno, com todos os dias tendo que aumentar o número de pessoas que perdem as vidas, com todos os dias vendo parentes sequer poderem se despedir dos seus entes. É neste clima que teremos o retorno do futebol? Que teremos a comemoração de uma equipe campeã?

  • Luiz R S Filho

    Marlon e Amigos, não há a menor condição de retorno do futebol e de qualquer outro tipo de esporte neste momento no Brasil.

    É completamente irresponsável.

    É tanto verdade que apesar de a CBF ter elaborado um protocolo, ela própria não se responsabiliza.

    Há de haver bom senso e equilíbrio, além é claro, de uma enorme paciência, até que a “poeira” abaixe e se tenha um mínimo de segurança (declínio da curva pandêmica) para a volta dos treinamentos e jogos.

    Quem sabe, com uma boa dose de otimismo, em julho ou agosto. A realidade é que o nosso calendário de 2020, foi totalmente comprometido.

    Perda financeira já está sacramentada dos Clubes, atletas, comissões técnicas, funciona´rios, patrocinadores, assim como, de todas as atividades agregadas.

    Nossa batalha agora é a preservação do que se tem de maior valor – A VIDA.

  • Alex Sandro martiniano

    Também concordo que futebol esse ano, apartir de setembro… Estadual já devia ser cancelado e discutirem como ficará a participação dos clubes ano que vem nas competições que se classificam pelo estadual… E os que ainda tem calendário nas séries B,C e D que fiquem no aguardo para uma eventual volta da normalidade!!!!

  • Alberto Oliveira

    Alberto Oliveira
    [email protected]

    Concordo com todos os questionamentos do texto e com o comentário de Luiz R S Filho. Pensar diferente disto é colocar a assinatura nas mortes que ainda acontecerão. A batalha de salvar vidas, evitar o colapso do sistema de saaúde e tentar aprender a viver em comunidade – mostrando o minimo de preocupação e respeito com outros – é o grande objetivo. Por outro lado, os que defendem a todo custo o retorno do futebol precisam claramente se posicionar e justificar os motivos. Jogadores não são ouvidos e ainda se tem o posicionamento de clubes que vão forçar jogadores a retornarem. O presidente do Internacional, Marcelo Medeiros, deu uma declaração muito infeliz, dizendo que se o jogador não quiser voltar, peça demissão. Nessa hora, se todos o elenco pedisse demissão, queria ver o que ele iria fazer.

  • ivo

    Futebol nesse momento só na lua! Quem será responsabilizado pela vida dos atletas caso haja, caso haja não, com certeza haverá infeccionados, mortes, de quem será a responsabilidade? Ficar de fora vendo o circo pegar fogo é confortável. Escrever teorias é bom, mas a realidade, é nua e crua. Os atletas tem responsabilidades, mulheres, filhos e dependentes. Atender os caprichos dos dirigentes, é concordar com um desafio de vida ou morte. Tá bom, os atletas voltam a suas atividades, mas os dirigentes precisam está presente aos jogos, duvido que apareça um sequer, bom é transferir o problema para os outros. Quanta incompetência! Vamos esperar mais um pouco, pra que tanta pressa na volta aos campo, esse ano já foi.

  • Gustavo

    Pra mim não há sentido algum em não terminar o que se começou, só estão levantando essa possibilidade porque os campeonatos em questão são os pobres estaduais, mas se fosse um brasileirão na reta final pegando fogo DU-VI-DO que o cancelamento seria cogitado. Tanto na França como na Holanda já existem clubes dizendo que foram prejudicados e que entrarão via justiça para reverter a decisão.

    Tem que se achar um jeito, a partir de julho, de terminar os estaduais e fazer um brasileirão estilo a série C. Dois grupos de 10 com jogos de ida e volta e após isso mata-mata. Só pra esse ano, ano que vem voltaria o normal, é uma situação totalmente atípica. O problema é que isso impacta nas tão famigeradas cotas e ninguém quer perder o seu pedaço no filé, mas ou é isso ou não teremos mais futebol esse ano.

    No alagoano mesmo o Murici ainda nem conseguiu se classificar pro quadrangular final, como declarar ele campeão (e ele tendo 1 jogo a mais que os demais)? E no rebaixamento, o Jacyobá ainda tem chances de escapar e o ASA de cair, é injusto um campeonato assim acabar do nada, sendo que, apesar da gravidade do COVID-19 existir, não é o fim do mundo, cedo ou tarde haverá espaço para a vida voltar ao normal.

  • Glorioso

    O calendário futebolístico 2020 acabou no nascedouro, isto é fato diante da pandemia imposta ao mundo pelo vírus chinês.
    Por outro lado, não consigo entender como o Glorioso Azulão mantém um plantel inexpressivo, perdedor e que só vergonha deu a torcida azulina nas poucas competições que participou este ano. Pense num plantel muito caro e derrotado. A hora é agora de mandar embora o plantel fraco e que zombou da torcida. A pandemia é motivo legal.

  • Bispo Filho

    Uma partida de futebol não se resume apenas aos jogadores, temos equipe de apoio aos jogadores, equipe de arbitragem, maqueiros, imprensa, policiamento, torcidas, ambulantes etc.
    Seria impossível controlar tudo isso.
    O que fazer agora eu não sei, só acho que futebol só no próximo ano, eu próprio não irei à estádios de futebol em 2020.