Um alerta para todos os atores envolvidos – Blog do Marlon
A maior pisada na bola da história
Até a parada quem seriam os melhores do alagoano?

Explodiu recentemente um caso escabroso vindo das terras de Pão de Açúcar. O jogador boliviano Tito Lizandro, 20, denunciou o técnico Edilson Santos, ex-técnico do Jaciobá, teria cobrado dinheiro do jogador para pagamentos de taxas de transferência para poder ter o seu nome publicado no BID e jogar pelo time de Pão de Açúcar. O valor total giraria, segundo a denúncia do jogador, em torno de R$ 2,5 mil.

O caso atinge um clube da 1ª Divisão, atinge um técnico contratado pela instituição e um dirigente que apesar de estar no dia-a-dia, ‘lavou as mãos’ sobre o assunto. Lembro que no começo da temporada foram publicadas matérias colocando o time de Pão de Açúcar como uma equipe que havia se reforçado com bolivianos e na época, não há nenhum registro do clube desmentindo a informação.. Até o dono de uma pousada na cidade foi envolvido pelo fato dos jogadores se hospedarem em seu estabelecimento e depois ter recebido a informação do próprio Lucilo Brandão (Xiribi), dirigente do Jaciobá, que ‘receberia dinheiro pois um boliviano estava chegando, iria pagar para jogar e o dinheiro iria para mão’ do empreendedor.

A informação circulou na imprensa local, ganhou repercussão em Sergipe, em todo o Brasil através de um site de projeção nacional e até mesmo em caráter internacional, com informações do caso na imprensa da Bolívia.

Contra o treinador pesa também denúncias semelhantes no vizinho Estado de Sergipe. No Socorrense este fato se repetiu e o gerente de futebol do Socorrense, Cel. PM-SE Marcílio Ferreira da Silva fez denúncia a Federação Sergipana de Futebol, Tribunal de Justiça Desportiva e a Polícia Civil de Sergipe. O militar denominou a situação como ‘Máfia da profissionalização’. Até ihoje, o caso não avançou em nenhuma das instâncias onde a denuncia foi feita.

O assunto chama atenção para diversos atores envolvidos no processo. O primeiro são os pais. Não imagino que nenhum pai queira que seu filho enfrente o que o jogador boliviano enfrentou em Pão de Açúcar. Se faz necessário que a cada dia – no mundo atual cercado de informações – que o pai faça uma pesquisa, uma consulta prévia em relação a todos que estão encaminhando carreira ou prometendo situações aos seus filho. O conhecimento ainda é o melhor remédio para evitar picaretas no futebol.

Também é necessário que o clube, em alguns casos sendo coniventes, possa escolher melhor pessoas que irão se ligar ao nome da instituição.  Não é possível que dentro da direção do clube, ninguém estivesse ciente da situação e mais que isso, não tivesse tomado providências para evitar que o nome da instituição fosse envolvida na situação.

Também estendo o alerta para a Federação Alagoana de Futebol (FAF) e para o Tribunal de Justiça Desportiva de Alagoas (TJD-AL). É necessário que mecanismos de proteção, critérios de cobrança da responsabilidade sejam direcionados a dirigentes e clubes. O Jaciobá, por exemplo, está pelo segundo ano consecutivo jogando a 1ª Divisão de Alagoas, sem ter um local próprio para atuar, punindo inclusive, a própria população da cidade que não viu – em nenhum momento – o clube da cidade atuar em Pão de Açúcar. Se um clube apresenta dificuldades ou não reúne condições de jogar na sua sede por dois anos algo está errado e se algo está errado atinge toda a estrutura daquele referido clube.

Por fim que casos como este não voltem a acontecer e que as pessoas que causaram o problema possam ser responsabilizadas por tal pois até agora, o Jaciobá e a cidade de Pão de Açúcar, que deviam estar nos sites ou em informações esportivas, como mais uma equipe ou mais uma praça esportiva importante, estão circulando no Brasil e no mundo como um clube ligado ou conivente com falcatruas e uma cidade que sequer oferta estrutura mínima para disputar uma competição profissional.

  • Santos

    Me tire(m) uma dúvida:

    Um jogador não pode pagar para jogar em um time profissional?
    Tem alguma lei que proíba um Clube contratar um jogador a custo “zero”?

    Jaciobá não é o primeiro e não será o último a atuar como time de aluguel. Lamentavelmente, outros casos aconteceram, mas não foram amplamente divulgado pela nossa imprensa.

    Espero estar errado!

    • Marlon Araújo

      Caro Santos , estamos falando de futebol profissional. O modelo de intercambio existe sim, porem o atleta ou seu empresário custeia as despesas , porem para se tornar intercambio o atleta é registrado no clube, coisa inexistente no caso do Boliviano que chegou em dezembro e ate hoje não foi registrado. Sendo objeto dessa avalanche de denuncias , só quero deixar mais claro , jogador a custo zero ? ele jogar de graça você quer dizer ? repito estamos falando de futebol profissional, e no caso em lide o atleta é que denunciou que pagou e ate agora não foi registrado oficialmente no clube.

  • José A de Oliveira

    Estou preocupado é que CRB deveria voltar aos treinos o quanto antes, os clubes já fazem pressão junto a CBF para a volta do futebol, o calendário estará apertado quem tiver mais preparado fisicamente e com ritmo de jogo levará uma baita vantagem.

  • ivo

    O futebol tem caminhos obscuro, quem não lembra de um time aqui da capital chamado Guarani do Poço, pois é! Os mais novos nunca ouviram falar, mas esse time tinha essas característica do Jaciobá, e a nossa Federação naquele tempo permitia que essa equipe disputasse a primeira divisão do alagoano, se fosse levar a torcida desse time numa kombi, sobrava espaço, campo para treino, era a praia da avenida, estadio, só em sonho, mas vi esse mesmo time entornar o caldo dos chamados grandes CRB, CSA, SÃO DOMINGOS E FERROVIÁRIO, da capital na época , grande técnico Helio Sena, já ´falecido. Portanto, não vejo problemas em jogar em outras praças, agora o mal caratismo de alguns que se dizem dirigentes para manchar a dignidade de um povo, isso não, para esses tem um recurso, banimento do esporte, o mau caratismo sempre irá existir, agora quem pune esses canalhas? O cara apronta num estado vizinho e não acontece nada, fazer o que? O crime continua compensando.O povo de Pão de Açucar,não merece essa canhalice.

  • Edson Marcos

    Cada vez mais isso vai se tornar rotina, hoje já existe, ou os senhores acham que chega essa quantidade de jogador, 40 50 60, será que o clube arca com todas as despesas? Certamente que não, os ditos empresários não mandam só os jogadores bons, junto vem os meia boca. O futebol virou um negócio, as cifras envolvidas são cada vez maiores, e junto com isso as dividas crescem na mesma proporção. Se uma empresa atrasar os pagamentos dos tributos junto aos órgãos competentes, essa tem sua inscrição estadual suspensa, seu CNPJ suspenso, quando isso acontecer no futebol teremos novos tempos. Como um clube demite um técnico com 3 meses de atraso salarial, e esse mesmo clube contrata outro profissional? Fica a reflexao.

  • Maxwell

    Não era só o Guarany do Poço. Existiam Ferroviário, Estivadores, Dínamo, São Domingos.

    • ivo

      Maxwell, meu caro, citei o Guarani apenas como uma referencia de time sem teto, ou seja, sem torcida, sem local próprio para treino, não falo de CT, pois isso, é para quem tem estrutura. O Guarani e os demais que você cita, tem as características do Jaciobá, assim como tantos outros do interior, quer saber? Capela, Capelense, Comercial de Viçosa, Penedense, Igacy, São Domingos, Sete de Setembro, o próprio Internacional de Pão de Açucar, Ipanema, Batalhense, Bom Jesus de Matriz, Santa Cruz de Penedo e o União, de União dos Palmares, aí está a nossa realidade futebolística, todos fora do cenário esportivo, atuando apenas como amadores, dá saudade, mas a realidade atual é outra. Os disse e me disse, sempre surgiam mas de forma amadora, hoje a safadeza é profissional, e não se engane, em todas as esferas, agora cria-se empresas para roubar descaradamente, suja-se apenas o nome da empresa, tudo é profissional. O Guarani e os demais que citei era a zebra daquela época, hoje não tem mais, o futebol era mágico, hoje é chato e previsível. É muito dinheiro correndo por fora, altos salários, qual na emoção de levar uma bandeira ao estadio, aliás, nem pode, jogo com torcida única, vestir a camisa de um time para ir ao estadio, é suicídio, amigo, fica cada vez mais desmotivador torcer pelo nosso time de coração. Sempre admirei o Guarani jogar, era a luta de um pequeno, contra um gigante.

  • Maxwell

    Caro Ivo, entendi a sua colocação. Apenas citei os outros tornando o cenário mais abrangente. Sem querer confrontar com os fatos que você descreveu.

  • Coronel Pontual

    Parabéns ao Marlon pela publicação de uma matéria tão relevante e a todos que leram e fizeram um belo debate sobre esse assunto que infelizmente a cada dia cresce no futebol Brasileiro, ou seja, a corrupção e falta de ética por parte dos dirigentes de clubes e de falsos empresários que ficam enganando os jovens que sonham em ser jogador de futebol profissional e seus familiares. Posteriormente, irei enviar meu posicionamento de que essas cobranças são ilegais e em sua maioria há fortes indícios da prática de estelionato.
    Abraços: Coronel Pontual

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