A evolução do CRB e um resultado desenhado
Antes de tudo, CRB e Bahia disputaram um grande jogo. Uma partida com seis gols, cheio de alternativas, com destaques individuais e técnicos realizando uma grande atuação.
O antes de tudo e que não há como negar que o torcedor do CRB deixou o Rei Pele com o sentimento de frustração. Isto porque em duas oportunidades o CRB esteve a frente do marcador, mas não segurou o resultado e nos últimos instantes da partida, tomou o gol de empate.
Não posso apenas avaliar o resultado, preciso avaliar o trabalho do técnico Ademir Fonseca. No meu entendimento vi uma grande evolução no time do CRB. Esqueça o time lento que vimos atuar contra o Coruripe ou a equipe desconectada e sem objetividade que vimos contra o Globo. A equipe que atuou contra o Bahia mostrou um futebol veloz, articulado, com destaques individuais, transição forte e determinação. O fator preocupante foram as falhas individuais, que tiveram como preço, o empate em um jogo que começou desenhando uma goleada.
Pensando em termos de objetivo de avançar para próxima fase, o resultado foi péssimo, pois o CRB deixou de somar pontos em casa e além de ter que buscar duas vitorias nos dois jogos que lhe restam em casa, ainda terá que beliscar algo fora de casa.
Como foi…
O CRB veio com a novidade de Maranhão na linha de três fortalecendo o lado direito, tanto na marcação como no apoio. Isto deixou o time mais rápido, bem diferente do que havia acontecido contra o Coruripe.
Outra evolução vista na equipe foram as constantes trocas de posicionamento entre Dudu, Morais e Fernando, que se movimentavam com muita dinâmica.
Dudu que iniciou aberto pelo lado esquerdo jogava entre Railan e Chicão, Morais vinha por dentro como meia centralizado e Fernando assumia o lugar de Dudu como referência. Isso funcionou muito bem nos minutos iniciais onde o CRB fez 2 x 0.
Depois na falha individual de Julio Cesar, o Bahia diminuiu e voltou para o jogo. Este lance foi estratégico pois o time tricolor estava praticamente morto. Ainda assim o CRB perdeu dois contra-ataques que poderiam ter determinado uma vantagem ainda maior na 1ª etapa. Dudu e Fernando desperdiçaram as oportunidades.
Sergio Soares trocou Feijão por Pitonni, um excelente distribuidor do jogo e somou-se a Tiago Real e na frente saiu Max Biancuchi, entrando Léo Gamalho. Assim o Bahia mostrava que iria circular a bola e jogar na bola alçada pelos lados pois agora jogava com dois finalizadores natos.
No CRB, Fernando não acompanhava mais as subidas de Railan e foi por aí que o Bahia chegou ao empate: cruzamento de Railan e gol de Kieza.
O Bahia dominava , mas Paulo Sérgio assistiu Morais e, apesar de baixinho, ele fez 3x 2 de cabeça, deixando o CRB novamente em vantagem.
Apesar do gol tomando, o Bahia continuou com mais posse e finalizou em pelo menos dois lances, obrigando Julio Cesar a fazer duas grandes defesas. O CRB explorava os contra-ataques e teve a chance de matar o jogo e fazer 4x 2, mas Chicão cortou. Se este lance foi ruim porque Dudu perdeu o gol também exibiu a bela partida que o atacante do Galo realizou. Determinado, com força e com velocidade, ele fez o time do CRB não sentir a ausência de Lima, que suspenso, não atuou.
Em uma partida elétrica, o placar somente se define no apito final do juiz e o castigo do CRB veio com o matador. Desta vez, o cruzamento veio pelo outro lado e Carlos encontrou Kieza que definiu deixando tudo igual.
Gostei muito da arbitragem e mais uma vez, Paulo Sergio participou da jogada que originou o pênalti e foi decisivo na assistência do gol marcado por Morais; O “Tio” – como carinhosamente e chamado no CRB, continua sendo decisivo.